Resumo
A família Passifloraceae agrega aproximadamente 750 espécies distribuídas pelos trópicos, sendo constituída de lianas, ervas, arbustos e pequenas árvores. Suas espécies apresentam ampla diversidade de estruturas florais, resultantes de relações co-evolutivas. No Brasil ocorrem quatro gêneros: Ancisthrothyrsus, Dilkea, Mitostemma e Passiflora, sendo este ultimo o maior e mais bem representado no Brasil. A taxonomia de Passiflora tem sido objeto de intensiva revisão. De acordo com a classificação mais aceita atualmente, Passiflora possui 4 subgêneros - Astrophea, Decaloba, Dedamioides e Passiflora. O subgênero Decaloba, inclui mais de 200 espécies e atrai especial interesse pela beleza de suas folhas e rápido crescimento. Este subgênero se divide em muitas seções sendo uma delas a Seção Xerogona, que inclui as espécies Passiflora capsularis e a recém descrita Passiflora cervii, detentoras de frutos do tipo capsula, uma exceção em Passiflora, cujos frutos comumente são do tipo baga. Tanto a morfologia quanto a anatomia de frutos dessas espécies são pouco estudadas ou até desconhecidas, sendo assim a distinção entre Passiflora capsularis e Passiflora cervii é dificultada por se basear em poucos caracteres morfológicos, o que prejudica a taxonomia do grupo. Nesse contexto o foco desse trabalho é a descrição do desenvolvimento anatômico de frutos e sementes de Passiflora capsularis e Passiflora cervii, e a busca por diferenças anatômicas entre as duas espécies, que possam contribuir com a taxonomia do grupo.
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