Resumo
A falta de tecnologias apropriadas e de maior conhecimento das possibilidades de utilização de determinados materiais de construção civil tem gerado, muitas vezes, interpretações equivocadas no mercado da construção, sobretudo quando se buscam soluções alternativas alinhadas aos novos conceitos de sustentabilidade. Como exemplo, pode ser citado o adobe, que é um material de construção milenar, bastante utilizado em diversas partes do mundo. As matérias-primas necessárias para a sua produção (terra e água) são facilmente encontradas na natureza. De baixo custo energético, o seu processo de fabricação é simples e não requer cozimento, configurando-se numa tecnologia apropriada plenamente inserida nos preceitos da construção sustentável, e a princípio não há necessidade de profissionais especializados para a sua confecção. Este material, contudo, apresenta certa instabilidade volumétrica na presença de umidade, de modo que, procurando sanar este problema, buscou-se uma alternativa acessível, resultando como opção o estudo da possibilidade de incorporação de uma pequena quantidade de cimento e também de resíduos de concreto. Sabe-se que para a confecção de adobes, o ideal é utilizar os solos arenosos e faz com que os agregados reciclados sejam bastante interessantes, pois podem ser preparados de modo que sua granulometria fique semelhante à de uma areia grossa, propiciando assim produtos de melhor qualidade. Além disso, a geração de entulhos de construção é hoje um grave problema nacional, sobretudo nos grandes centros e nas grandes cidades brasileiras. Espera-se, desta forma, contribuir no sentido de aprimorar essa técnica construtiva tradicional, propiciando, ao mesmo tempo, economia de energia na produção habitacional e também na pós-ocupação, abrindo possibilidades para o reaproveitamento de parte dos resíduos gerados na indústria da construção. (AU)
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