Resumo
A lesão renal aguda continua sendo um fator de risco independente para mortalidade e morbidade, aumentando o risco de morte em pacientes hospitalizados e em unidade de terapia intensiva. Nesse contexto já está bem estabelecido que a inflamação desempenha um papel importante na patofisiologia da doença. Uma das organelas que primeiramente sofre esse estresse celular é o retículo endoplasmático (RE), levando a um empacotamento alterado de proteínas. O acúmulo de proteínas mal empacotadas gera uma resposta do RE, que primariamente tende a retornar sua homeostase, podendo levar à produção de fatores inflamatórios e mesmo à apoptose da célula, caso o estímulo seja muito forte. Simultaneamente ao processo de agressão tecidual, nos últimos anos tem ficado claro que o órgão acometido é também capaz de montar várias respostas citoprotetoras, ou seja, uma resposta com intuito de limitar os danos. Dentre as várias respostas citoprotetoras, destacam-se a indução da expressão da heme oxigenase-1 (HO-1). O aumento da expressão da HO-1 promove a formação de produtos anti-oxidantes, anti-apoptóticos e imunomoduladores. Assim, a busca por maior entendimento desses mecanismos de resposta ao estresse celular nas lesões renais é de grande importância, pois além de fornecer mais informações sobre processos ainda não muito claros, permite que, ao se modular algum (ns) componente (s) dessas vias, sejam desenvolvidos novos alvos terapêuticos que possam restaurar a homeostase celular, diminuindo os danos agudos e as conseqüências a longo termo. Assim, pretendemos estudar o papel da HO-1 e da biliverdina na modulação do estresse do retículo endoplasmático na lesão renal aguda, utilizando o modelo de isquemia e reperfusão. para tal, usaremos animais nocautes condicionados para HO-1 e biliverdina redutase. Nossa hipótese é de que a falta dessas moléculas aumenta o processo de estresse do retículo endoplasmático, promovendo maior inflamação. (AU)
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