Resumo
Diferentes substâncias químicas, como fármacos de uso humano e veterinário, hormônios e produtos de higiene pessoal têm sido classificadas como contaminantes emergentes, e alguns apresentam ação enquanto interferentes endócrinos. Estudos apontam que o rio do Monjolinho apresenta hormônios em suas águas e que os mesmos poderiam ocasionar efeitos adversos à biota aquática. Desde que possuem a mesma fonte, outros contaminantes emergentes podem estar presentes nesse corpo aquático. A recém implantada estação de tratamento de esgoto (ETE) de São Carlos consiste em uma fonte potencial desses contaminantes para o rio do Monjolinho. Entretanto, pouco se conhece sobre a eficiência de remoção dos mesmos. Desse modo, este projeto tem como objetivo determinar a ocorrência e distribuição espaço-temporal de contaminantes emergentes em águas e sedimentos do rio do Monjolinho, assim como avaliar a eficiência de remoção desses na ETE de São Carlos e sua contribuição para o aporte desses contaminantes para o corpo aquático em questão. Dentre os compostos a serem estudados estão ácido acetilsalicílico, cafeína, carbamazepina, diclofenaco, estrona, 17 ²-estradiol, 17 Q-etinilestradiol, ibuprofeno, naproxeno, propanolol e triclosan. Para a realização deste estudo, serão feitas amostragens bimestrais de água e sedimento em cinco locais de amostragem ao longo do rio do Monjolinho. Amostras de efluentes também serão coletadas na entrada e saída da ETE. Para a extração dos analitos em águas e efluentes serão empregadas técnicas de extração em fase sólida (SPE). Para sedimentos, será realizada extração em banho de ultrassom, seguida de SPE de acordo com o mesmo método adotado para águas. As determinações analíticas serão realizadas por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas (UPLC-MS/MS). Os resultados deste trabalho permitirão compreender a dinâmica dos contaminantes emergentes no ambiente aquático, contribuindo para composição de um banco de dados que possa amparar futuras políticas públicas relacionadas à presença de poluentes emergentes no meio ambiente, uma vez que estes não fazem parte da relação de parâmetros que legalmente regulamentam padrões de lançamento ou qualidade de águas de abastecimento.
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