Resumo
Nos últimos anos intensificaram-se as tentativas para a redução do uso de combustíveis fósseis. Atualmente há um grande apelo mundial para o uso de fontes de energia renováveis, sendo que a cana-de-açúcar (Saccharum sp) se apresenta como uma opção altamente viável. A produtividade de tal cultura é diretamente relacionada com a disponibilidade hídrica e sabe-se que a seca é o principal estresse responsável pela redução da produtividade no mundo, contabilizando por até 50% das perdas na agricultura. Visando o melhor entendimento dos mecanismos de resposta à seca, foi realizado por nosso grupo de pesquisa um experimento de microarranjo, conduzido no campo, utilizando duas variedades contrastantes de cana-de-açúcar, sensível e tolerante à seca, mantidas sem irrigação por 120 dias. O experimento resultou na identificação de inúmeros genes que têm a expressão aumentada/reduzida, como fatores de transcrição, genes de transdução de sinal, osmoprotetores, aquaporinas e genes hipotéticos. Neste projeto propomos a caracterização do experimento de microarranjo através de RT-PCR em tempo real e localização subcelular através da fusão com a GFP. Os transcritos de maior potencial serão utilizados para transformação de arroz (Oryza sativa), cujo procedimento é de maior facilidade e rapidez. As plantas transgênicas serão analisadas verificando o aumento da tolerância à seca. As construções de maior sucesso em arroz serão utilizadas para transformar cana-de-açúcar. Por fim, os transgênicos de cana-de-açúcar serão avaliados com relação à tolerância à seca e desempenho agronômico. Ao final do processo esperamos obter plantas transgênicas de cana-de-açúcar que apresentem maior tolerância ao déficit hídrico, atendendo a uma demanda agronômica. Além disso, a análise dos genes escolhidos, principalmente aqueles que não apresentam sua função descrita, ajudará na melhor compreensão do complexo mecanismo de resposta ao estresse, abrindo possibilidades para estudos futuros. (AU)
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