Resumo
O processo de simbiose entre formigas cortadeiras do gênero Atta e Acromirmex e o fungo L. gongylophorus tem sido objeto de muitos estudos. Aspectos bioquímicos da simbiose entre L. gongylophorus e Atta sexdens (saúva-limão) têm sido estudados indicando que a a interação é alcançada pelo suprimento de enzimas fúngicas às formigas incluindo enzimas digestivas tais como pectinases. Pectina metilestarases, PMEs, são enzimas que pertencem à família 8 das carboidrato-esterases e catalisam a reação de remoção sucessiva de unidades de metanol de pectina convertendo-a em pectato (pectina não esterificada). PMEs são encontradas em plantas, bactérias e fungos sendo associadas a micro-organismos simbióticos durante sua interação com plantas.O grupo de Produtos Naturais do Departamento de Química da UFSCar tem desenvolvido, em colaboração com pesquisadores do CEIS - Centro de Estudos de Insetos Sociais do Instituo de Biociências da UNESP, campus de Rio Claro, estudos para o controle de formigas cortadeiras. Neste contexto, o Laboratório de Bioquímica Funcional e Estrutural da UFSCar, coordenado pela Profa. Dulce Helena Ferreira de Souza, tem se dedicado aos estudos de enzimas nativas e recombinantes do fungo L. gongylophorus, com o objetivo de busca de inibidores específicos que possam atuar como protótipos de novos inseticidas, mais específicos. Recentemente, estudos com o fungo L. gongylophorus mostraram a expressão de uma proteína de massa molecular de aproximadamente 37.500 Da que foi classificada, por identidade sequencial, como uma pectina metilesterase. Apesar da sequência ter sido depositada em banco de dados esta proteína nunca foi purificada e caraterizada. Assim, com objetivo de contribuir para o melhor entendimento sobre as enzimas digestivas de fungo simbionte de formigas cortadeiras e, mais especificamente, sobre o mecanismo de ação de pectina metilestarases propomos, neste projeto de Iniciação Científica, a obtenção da PME recombinante de L. gongylophorus, o que viabilizará, futuramente, o estudo estrutural da enzima. O aluno Caio Oliveira estagia no Laboratório desde Janeiro de 2012, de forma bastante competente e dedicada, e o desenvolvimento do projeto será um deferencial importante no seu Histórico Acadêmico.
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