Resumo
Mosquitos do gênero Culex possuem grande importância epidemiológica, encontram-se praticamente em todo território nacional e têm a capacidade de sobreviver em águas altamente poluídas onde atingem densidades elevadíssimas. Estratégias tradicionais de controle têm se mostrado ineficazes e com alto impacto ambiental. Esforços consideráveis foram dedicados com sucesso à transformação genética de diversas espécies de mosquitos como, por exemplo: Aedes aegypti, Aedes albopictus, Aedes fluviatilis, Anopheles gambiae, Anopheles stephensi. Mosquitos do gênero Culex, porém, foram transformados apenas uma vez a mais de uma década, apesar do esforço de diversos laboratórios. Devido a esta dificuldade inerente de transformação outras formas de controle devem ser consideradas, como a Paratransgênese. Neste método, bactérias simbióticas, naturalmente presentes em mosquitos poderiam ser utilizadas como veículos para a introdução de genes, obtendo resultados similares à transformação de mosquitos, porém sem custo adicional de fitness. A criação de uma bactéria para uso em Paratransgênese requer três componentes chave: (1) molécula efetora, (2) mecanismo de excreção e (3) bactéria capaz de sobreviver no interior do mosquito. Seria desejável que a bactéria utilizada seja capaz de colonizar uma grande variedade de espécies de mosquitos, permitindo sua utilização em linhagens isoladas e espécies diferentes. Utilizando esta abordagem, bactérias simbióticas que se adequem são transformadas para produzirem moléculas efetoras e então, reintroduzidas no inseto onde as expressa, causando o efeito desejado.Para que tal estratégia seja bem sucedida, é necessário um melhor entendimento e compreensão da estrutura da comunidade microbial no trato digestivo de mosquitos.Este estudo terá como objetivos: (1) Identificação de bactérias em mosquitos Culex quinquefasciatus, (2) Capacidade de Reintrodução no Hospedeiro, (3) Identificação de moléculas efetoras para utilização em mosquitos Culex quinquefasciatus e (4) Bactérias com potencial para Paratransgênese. (AU)
|