Resumo
Este projeto tem como objetivo analisar a representação da Independência em longas-metragens de ficção produzidos no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 na Argentina, no Brasil e em Cuba. Nesse período, constata-se, na América Latina, uma emergência do cinema histórico centrado nos processos de emancipação nacional em países governados por regimes autoritários que se autoproclamavam como "revoluções", sendo os principais casos dessa emergência as três nações mencionadas. Esse cinema, orientado ao grande público, difundia uma versão oficial da história de acordo com os interesses nacionalistas promovidos pelo poder. Trata-se de produções que levaram a cabo uma monumentalização da história nacional, onde o regime é sugerido como herdeiro e depositário de valores nacionais cuja origem havia sido situada no processo de Independência. Para estudar esse fenômeno, serão analisados os três filmes com maior verba e sucesso de público que abordaram, em cada um desses países, esse processo: El santo de la espada (Leopoldo Torre Nilsson, Argentina, 1970), Independência ou morte (Carlos Coimbra, Brasil, 1972) e La primera carga al machete (Manuel Octavio Gómez, Cuba, 1969). A pesquisa comparará as configurações que alcança o cinema histórico nas nações selecionadas e estabelecerá as relações entre passado e presente que os filmes sugerem de forma explícita ou implícita. Por fim, seu discurso será confrontado com as discussões a respeito da Independência produzidas pela tradição historiográfica oficial.
|