Resumo
O Assentamento Olga Benário formou-se no ano de 2005. Nesse período, foram assentadas 84 famílias, membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na ocasião do parcelamento das terras, surgiram propostas de organização coletiva do Assentamento. Parcela significativa das famílias rejeitou essa proposta e optaram pelo modelo familiar. Apenas seis famílias decidiram formar o Coletivo Margarida Alves. Posteriormente, no ano de 2008, parte das famílias que haviam recusado a organização coletiva, mas permaneciam no MST (ao todo, 50) desvincularam-se do Movimento e fundaram a Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Olga Benário (ASPRAOB). A partir do ano de 2012, o Coletivo Margarida Alves passou por um processo de separação; algumas famílias deixaram o Assentamento, ao passo que outras foram territorializadas; há assentados atuando de forma isolada, sem pertencerem a nenhuma instituição (MST ou ASPRAOB); surgem associações coordenadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Configura-se um território heterogêneo, marcado pelo exercício do poder. Assim, essa pesquisa tem como objetivo compreender a produção do território no Assentamento Olga Benário em Ipameri (GO) por meio das relações de poder, enfatizando os seguintes elementos: as trajetórias espaciais das famílias assentadas, a produção agropecuária e a organização política no Assentamento. Para isso, como procedimentos metodológicos serão realizadas as seguintes etapas: a) pesquisa teórica; b) pesquisa documental; e c) pesquisa de campo, com utilização das técnicas das entrevistas, diário de campo, análise do discurso e fotografias. Intenta contribuir teórico-metodologicamente para uma abordagem territorial multidimensional, relacional, crítica e em uma perspectiva dialética não-marxista.
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