Resumo
Presente na região amazônica brasileira, a lagarta de Premolis semirufa (Pararama) é parasita da seringueira do gênero Hevea. O contato com as cerdas, na maioria dos casos, desperta sensação pruriginosa intensa, seguida dos sintomas de inflamação aguda como dor, calor e rubor, com duração de três a sete dias. Por outro lado, as formas crônicas estão frequentemente presentes nos indivíduos poliacidentados, ocorrendo espessamento da membrana sinovial articular. Tais deformidades são comuns às sinovites crônicas mono ou oligoarticulares, como a artrite reumatoide e a osteoartrite, doenças degenerativas crônicas da articulação, que têm como conseqüência a degradação da cartilagem articular, a inflamação do sinóvio (sinovite) e mudanças no osso subcondral, com envolvimento da produção de muitas citocinas, mediadores inflamatórios e fatores de crescimento pelos tecidos articulares. Até o momento, não existe tratamento eficaz para os acidentes com a pararama. Trabalhos sobre a pararamose são escassos não só no que concerne à caracterização das substâncias tóxicas liberadas pelas cerdas da lagarta, bem como sobre os mecanismos moleculares envolvidos em sua patogênese. Assim, o presente estudo pretende avaliar o possível efeito tóxico do extrato das cerdas da Premolis semirufa sobre condrócitos humanos, por meio da análise da viabilidade e alterações morfológicas das células, da produção de citocinas, como IL-1, IL-6, IL-7, IL-17 e TNF-α, e de quimíocinas, como IL-8 e CCL5, além da dosagem de NO, expressão de metaloproteinases de matriz e de fatores angiogênicos, tanto no sobrenadante das culturas quanto nos extratos nucleares e citoplasmáticos das células. Além disso, pretende-se avaliar a produção de componentes do Sistema Complemento, bem como a expressão de TLRs por estas células. (AU)
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