O drama moderno em crise: a inação no teatro de Maurice Maeterlinck

• Processo: 13/16925-3
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2013
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2014
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Filosofia
• Pesquisador responsável: Ana Maria Portich
• Beneficiário: Amanda Oshiro Costa
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Marília. Marília , SP, Brasil
• Assunto(s): Estética (filosofia) Teatro Gêneros literários
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: estética | Maeterlinck | Peter Szondi | Racine | teatro | teoria dos gêneros literários | Estética

Resumo

Nesta pesquisa, procura-se analisar filosoficamente peças de teatro que tratem de dois momentos da representação artística da subjetividade moderna: a autonomia humana defendida pelo neoclassicismo francês (séc. XVII) e seu refluxo, que pode ser ilustrado pelo teatro de Maurice Maeterlinck (fins do séc. XX). As peças neoclássicas aqui analisadas serão de Racine, por exemplificar de forma mais aproximada a dramática enquanto obra autorreferente, isto é, 1) que não é apresentada por nenhuma figura externa (narrador, autor), 2) constituída inteiramente por diálogos, e 3) onde há a representação de personagens ativas em conflito inter-humano. Maeterlinck, por sua vez, ao escolher a morte como conteúdo temático, rompe com algumas destas características, a saber, a relação intersubjetiva essencialmente conflituosa e a capacidade do homem de autodeterminar-se. No drama de Maeterlinck, a tragicidade permanece, mas não como desfecho das ações. Ela é um dado preestabelecido que expressa o estado de impotência do homem diante de seu destino inescrutável. Nesse sentido, contrapor-se-ão as peças neoclássicas, em especial de Racine, que consolidaram a noção de drama como livre iniciativa, às peças de Maeterlinck, caracterizadas principalmente pela inação das personagens. Para tanto, a perspectiva teórica adotada leva em conta as transformações das categorias de gênero literário em correlação com as transformações históricas do espírito humano. Obras de autores como Peter Szondi e Lukács são a base conceitual desta pesquisa. (AU)