Resumo
O DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) foi criado em 1924 com o objetivo de organizar informações sobre a vigilância dos suspeitos de desordem política e/ou social. Sob essa categoria estariam, sobretudo, os comunistas, em particular, e os esquerdista sem geral. Contudo, para além dessa esfera mais conhecida de "inimigos", o DOPS fichou um amplo espectro da sociedade. Entre estes estavam os militantes - ou suspeitos de militância - do movimento integralista. Estes foram fichados principalmente durante o período do Estado Novo, mas também depois. Meu objetivo é entender quais as representações que a polícia política paulista, através da série "Dossiês" (que vigorou entre 1940 e 1983) durante toda a existência desta, a qual passou por várias conjunturas políticas nacionais e internacionais: Estado Novo, II Guerra Mundial, período democrático, Guerra Fria, regime militar. Institucionalmente, os integralistas, após o período da Ação Integralista Brasileira (AIB) entre 1932 e 1937, passaram a ser reprimidos e investigados durante o Estado Novo. Após a queda da ditadura, organizaram o Partido de Representação Popular (PRP), organização que subsistiu até 1965, quando vários de seus membros entram na Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Toda essa trajetória está retratada nos 120 dossiês da subfamília 24, organizada pelo DOPS. Quais as visões, como a imagem do integralista como agente de desordem política e/ou social foi construída pela polícia política paulista - tendo como instrumental teórico a história das representações e a "lógica da suspeição" - estão entre as minhas metas para este trabalho. (AU)
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