Resumo
As salmoneloses são doenças frequentes em lotes de aves comerciais onde há falhas no programa de biossegurança. Durante os últimos anos, a vacinação tem sido amplamente utilizada em lotes de aves comerciais no Brasil para o controle de infecções por Salmonella spp. Existem diversas vacinas vivas disponíveis para o controle de S. Gallinarum, S. Typhimurium e S. Enteritidis em aves. No entanto, as vacinas vivas ou inativadas contra os sorovares flagelados, que causam o paratífo (ex. S. Enteritidis) geram uma proteção parcial nas aves principalmente quando se busca o controle da colonização intestinal e excreção fecal.Sorovares emergentes de Salmonella enterica (ex. S. Heidelberg e S. Schwarzengrund) estão com prevalência aumentada nas criações avícolas comerciais em diversos países, incluindo o Brasil. Consequentemente a contaminação dos produtos avícolas (ovos, carnes e derivados) e o risco de infecção dos seres humanos por estes sorovares flagelados também se elevou. Isso posto, é importante o estudo de novas metodologias que possam gerar ferramentas para o controle desses novos desafios de forma eficaz e rápida. A utilização de proteínas recombinantes em formulações de vacinas tem sido estudada para o controle de diversos patógenos. No entanto, a utilização dessa metodologia para a produção de antígenos imunogênicos, com capacidade de gerar proteção cruzada entre diferentes sorovares de Salmonella, é uma abordagem pouco estudada em aves. No projeto proposto, serão utilizadas ferramentas de bioinformática para realizar a comparação de sequências de aminoácidos, de proteínas imunogênicas de S. Typhimurium, que também estão presentes nos sorovares S. Enteritidis, S. Heidelberg e S. Schwarzengrund. Dessa forma, a proteína com maior homologia entre os quatro sorovares será selecionada para produção e purificação como proteína recombinante, utilizando a técnica de clonagem e expressão em E. coli. Após a produção da proteína recombinante, o potencial vacinal desta será testado em galinhas comerciais. As aves serão divididas em dois grupos A e B. No grupo A, as aves não serão vacinadas. No grupo B, as aves serão vacinadas com 100 µg de proteína recombinantes eluídas em adjuvante (EMULSIGEN) no 5 e 25º dia de vida. Todas as aves do grupo A e B serão desafiadas com S. Typhimurium aos 30 dias de vida. Ao 2º e 5º dia pós-infecção, serão eutanasiadas 3 aves de cada grupo, para avaliar a infecção pela estirpe desafio, através da contagem bacteriana em baço, fígado e conteúdo cecal. (AU)
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