Resumo
É bem conhecido que, com o aumento da idade, ocorre um declínio na função reprodutiva feminina devido à redução do pool de folículos ovarianos e à queda na qualidade dos oócitos. A avaliação da expectativa de vida reprodutiva e a mensuração precisa da reserva ovariana têm sido buscadas há tempos. Devido à dificuldade em acessar o pool de oócitos/folículos remanescente nos ovários, vários marcadores hormonais foram propostos para predizer a reserva ovariana, tais como os hormônios FSH, LH, progesterona, inibina e estrógeno, mas nenhum deles foi capaz de produzir informações confiáveis sobre o pool de folículos existente nos ovários. Sabe-se que os níveis séricos de Hormônio anti-Mülleriano (AMH) declinam com a idade e são fortemente relacionados com o número de folículos presentes nos ovários. Hoje, em medicina humana, é reconhecido que a mensuração do AMH no soro é a medida mais acurada da reserva ovariana assim como tem sido utilizado para predizer fertilidade e sucesso em programas de reprodução assistida. Assim como em humanos, na espécie equina existem diversos fatores hormonais, foliculares, ovarianos e uterinos que podem provocar a redução da fertilidade e da ciclicidade em éguas idosas, causando grande prejuízo econômico. Muitos destes fatores são ainda desconhecidos, e dentre estes, as desordens de origem ovariana se destacam. Desta maneira, o objetivo do presente estudo é verificar fatores fisiológicos ovarianos que podem afetar a fertilidade das éguas idosas. Para isso, serão realizados experimentos visando estudar a relação dos níveis séricos do AMH com a idade, o efeito da ovariectomia sobre os níveis séricos de AMH e a expressão do hormônio e seus receptores nos folículos de éguas jovens e idosas. O uso potencial e crescente do AMH é evidente, e, para que estudos futuros possam ser conduzidos com o objetivo de avaliar a expectativa de vida reprodutiva de éguas, torna-se necessário uma referência padrão para comparações futuras, objetivando tornar possível sua adoção na prática clínica. Aparentemente não restam dúvidas de que as pesquisas com AMH vão se intensificar nos próximos anos. (AU)
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