Resumo
É conhecido que materiais plásticos não são inertes e podem interagir com produtos alimentícios. Sendo assim, os materiais plásticos utilizados na fabricação de mamadeiras também podem interagir com os alimentos que acondicionam e componentes do plástico podem migrar para o produto, expondo dessa forma as crianças a monômeros, aditivos e outras substâncias. Mais de 50% da população utiliza mamadeiras na alimentação de crianças entre 0 e 12 meses, entretanto, há uma falta de dados sobre a migração de determinadas substâncias a partir das mamadeiras manufaturadas com polipropileno e Tritan®, materiais utilizados no Brasil para fabricação dos utensílios, tornando-se necessário avaliar se esses materiais são de fato seguros para este propósito. Diante disso, o objetivo desse estudo será avaliar em mamadeiras, por meio da cromatografia gasosa e líquida, acopladas a espectrometria de massas, e da espectroscopia (GC-MS, LC-MS e ICP-OES), a migração de ftalatos, antioxidantes, aminas aromáticas, N-nitrosaminas e metais. Inicialmente, será feita a identificação do material das mamadeiras por espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR), uma vez que nem sempre é indicada nos rótulos. Em seguida, as mamadeiras passarão por ensaios de caracterização, na qual serão avaliados parâmetros como altura, peso, capacidade volumétrica, espessura e diâmetro, utilizando métodos da ASTM e ensaios de migração total. Posteriormente, após validação das metodologias no CG-MS para ftalatos e nitrosaminas, no LC-MS para aminas aromáticas e antioxidantes, e no ICP-OES para metais (Cd, Pb, Hg e Ar) serão feitos os ensaios de migração específica utilizando etanol 50%, ácido acético 3% e saliva sintética como simulante. Como as mamadeiras são materiais de uso repetido, os ensaios serão feitos três vezes no mesmo corpo de prova como recomenda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Com as informações alcançadas será possível dar suporte aos órgãos regulamentadores em relação a aprovação de uso de materiais, aprovação de novos aditivos, como também para o gerenciamento do risco à saúde do consumidor. (AU)
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