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Intelectuais e Política no Brasil: da teoria do populismo à reconciliação com a tradição republicana na interpretação de Francisco Weffort

Processo: 14/10284-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Vigência (Início): 01 de março de 2015
Vigência (Término): 30 de novembro de 2017
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Ciência Política - Teoria Política
Acordo de Cooperação: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Pesquisador responsável:Milton Lahuerta
Beneficiário:Rafael Marchesan Tauil
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):15/22971-3 - Pensamento Político e História das Ideias: Compreendendo Diferentes Abordagens e Métodos Interpretativos no Reino Unido, BE.EP.DR
Assunto(s):Intelectuais   Ideologia política   Brasil
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Francisco Weffort | Intelectuais | Interpretação do Brasil | Pensamento político brasileiro | Pensamento Político Brasileiro

Resumo

Nesta pesquisa pretende-se analisar a trajetória político-intelectual de Francisco Correa Weffort, bem como sua interpretação do Brasil. Nossa hipótese principal sustenta que Weffort, com a formulação da teoria do populismo, construiu uma espécie de justificativa ex-ante para a criação do PT, em 1979. A outra hipótese que nos orienta centra-se na ideia de que a atuação como Secretário Geral do PT, durante a década de 1980, o teria levado a iniciar uma radical mudança em sua leitura da história nacional. Nas primeiras interpretações, especificamente naquelas sobre o populismo, há um entendimento de que a efetiva democratização do Brasil exigiria a ruptura com a tradição republicana centrada no tema da construção da nação. Teria sido exatamente tal leitura da realidade, com foco na crítica ao caráter demagógico do populismo, o principal motivo de seu engajamento em prol da criação de uma nova agremiação política dos trabalhadores que afirmasse não só uma perspectiva classista, como também rompesse com o conformismo e com a conciliação de classe típicos, em sua visão, tanto da tradição trabalhista quanto do PCB. Essa forma de pensar, que visava romper com marcos conceituais da tradição nacional-populista, ganhou corpo depois do golpe militar de 1964 e tornou-se hegemônica no ambiente acadêmico e entre a esquerda não vinculada ao PCB, durante a década de 1970, levando uma parcela expressiva da intelectualidade a viver a experiência da política e a se engajar na criação do Partido dos Trabalhadores. Não obstante, a despeito da "vitória" de sua interpretação, a prova da prática não teria sido nada fácil para Francisco Weffort, fazendo com que, depois de ter ocupado o cargo de Secretário Geral na década de 1980 e coordenado a campanha de Lula a presidência da República, em 1994, se afastasse do PT e assumisse o cargo de Ministro da Cultura de Fernando Henrique Cardoso. Com isso, Weffort efetivou um giro no modo de pensar a realidade nacional e de uma perspectiva de ruptura com a tradição republicana, paulatinamente, passou a se identificar com uma posição que reconhece como positivos elementos constitutivos da tradição que inicialmente pretendera negar. Essas novas interpretações sobrepujaram substancialmente suas leituras sobre a realidade nacional, levando-o a reconsiderar muitos dos juízos sobre ela. De tal forma que os atores políticos e intelectuais, assim como os processos históricos (como a Revolução de 1930), duramente criticados em suas interpretações iniciais, deixaram de ser vistos de forma negativa, e passaram a ser considerados como importantes para os processos de state-building, de ampliação dos direitos de cidadania e de fortalecimento da democracia no Brasil. Ou seja, superando a visão essencialmente negativa proposta pela teoria do populismo, Weffort efetivou uma espécie de reconciliação com a história do país e com suas tradições intelectuais, especialmente com o chamado nacional-populismo. (AU)

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