Resumo
As espécies vegetais contendo substâncias bioativas são, cada vez mais, objeto de pesquisas, levando a buscas alternativas para tratamentos terapêuticos ou revelando substâncias que posteriormente possam ser exploradas, com o intuito de produzir fármacos. Sendo assim, estudos fitoquímicos de análise são de grande importância, em razão ao vasto número de metabólitos secundários que podem ser encontrados. O estudo de plantas medicinais é vasto, e cada vez mais tem atraído à atenção da sociedade, mostrando-se uma fonte alternativa aos altos custos dos medicamentos alopáticos. Portanto, para que as plantas medicinais sejam usadas com segurança, estudos multidisciplinares de análises têm se tornado cada vez mais alvo de pesquisas em fitoterápicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde aprovaram recentemente 71 plantas medicinais para o uso dos brasileiros, foram selecionadas plantas com potencial contra diabetes, úlceras, inflamações e outras doenças crônicas. Essa é uma lista que serve para orientar estudos e pesquisas, a fim de gerar produtos que possam ser agregados no âmbito do sistema de saúde. Este projeto abordará o estudo químico-farmacológico de Rhizophora mangle (popularmente conhecida como mangue vermelho), pretende-se elaborar estratégias analíticas que permitirão a padronização quali e quantitativa de um extrato vegetal, incluindo identificação de classes de sustâncias, marcadores químicos, ou ainda dos princípios ativos. Esta planta é comumente utilizada pelas populações tradicionais costeiras, principalmente para o tratamento de diabetes, hemorroidas, analgesia e dores estomacais. A padronização de extratos permite também a comparação da composição química de espécies pertencentes a um mesmo gênero (evitando duplicação de esforços fitoquímicos/farmacológicos), bem como o planejamento de estratégias focalizadas para o isolamento de substâncias potencialmente desconhecidas e a investigação de extratos complexos. Os extratos mais promissores serão padronizados de acordo com normas internacionais. O trabalho será transdisciplinar, com participantes de vários campi da UNESP (Instituto de Química de Araraquara, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, Instituto de Biociências de Botucatu). (AU)
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