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Filogeografia de Gymnodactylus do grupo darwinii da Mata Atlântica (Squamata: Gekkota: Phyllodactylidae)

Processo: 15/01839-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de junho de 2015
Vigência (Término): 30 de novembro de 2015
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Zoologia - Taxonomia dos Grupos Recentes
Pesquisador responsável:Miguel Trefaut Urbano Rodrigues
Beneficiário:José Cassimiro da Silva Junior
Instituição Sede: Instituto de Biociências (IB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:11/50146-6 - Filogeografia comparada, filogenia, modelagem paleoclimática e taxonomia de répteis e anfíbios neotropicais, AP.BTA.TEM
Assunto(s):Squamata   Filogeografia   Phyllodactylidae   Mata Atlântica   Herpetologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Filogeografia | grupo darwinii | Gymnodactylus | Mata Atlântica | Phyllodactylidae | Squamata | Herpetologia

Resumo

As linhagens do gênero Gymnodactylus associadas à Mata Atlântica servem de ótimos modelos para o estudo de mecanismos que geram e mantêm a diversidade biológica neste bioma. Com uma distribuição que vai do Rio Grande do Norte a São Paulo, apresentam forte estruturação norte-sul. A coincidência entre clados e a presença de rios tem impelido a pensar que estes poderiam funcionar como barreiras naturais, levando à separação de linhagens. Por outro lado, as formas relacionadas que ocorrem na Cadeia do Espinhaço indicam processos vicariantes associados à distribuição daquelas montanhas. Zonas de contato secundário e eventos de hibridização entre linhagens próximas ou espécies irmãs são laboratórios naturais para o estudo do processo da formação e de manutenção de espécies. Em Gymnodactylus há evidências de hibridização entre duas linhagens distintas que ocorrem ao sul e ao norte do rio Doce. Processos ainda desconhecidos poderiam explicar o surgimento de linhagens relacionadas ao grupo "darwinii" que ocorrem a oeste do Espinhaço. Conhecidos para poucas localidades, estas formas estão relacionadas às linhagens da Mata Atlântica, e não às do Espinhaço ou às espécies do grupo "amarali" (Cerrado e Caatinga), irmão de "darwinii".Propõem-se aqui a investigação detalhada das espécies irmãs e linhagens filogeográficas dentro do grupo darwinii de Gymnodactylus, com o intuito de se entender o processo de formação de espécies numa das áreas mais diversas do planeta. Os clados de Gymnodactylus do grupo darwinii apresentam: (1) Uma estruturação clinal em decorrência de sua ampla distribuição norte-sul na Mata Atlântica, com rios atuando como possíveis barreiras o que teria levado à formação de grupos divergentes dentro da espécie formalmente reconhecida como G. darwinii. (2) Uma forte estrutura filogeográfica com linhagens divergentes apresentando distribuição alopátrica associada ao padrão descontínuo da Cadeia do Espinhaço, como as formas extremamente divergentes genética- e morfologicamente que estão geograficamente isoladas na Cadeia do Espinhaço [na Bahia (G. vanzolinii) e duas em Minas Gerais (G. guttulatus em Diamantina, e um clado na Serra de Grão Mogol)]. (3) Formas pouco conhecidas e registradas apenas em algumas poucas localidades a oeste da Cadeia do Espinhaço, mas que estão relacionadas morfologicamente às formas de Gymnodactylus da Mata Atlântica e que precisam ser estudadas ao nível molecular. Assim, objetiva-se localizar em escala geográfica fina as zonas de contato entre linhagens filogeográficas e/ou espécies irmãs dentro do grupo darwinii ao longo de sua distribuição na Mata Atlântica; identificar a extensão de formação de híbridos em zonas de contato, como as da região do delta do rio Doce; e identificar e detalhar clinas de variação genética e ambiental nas áreas de contato.Análises genéticas serão feitas com o uso de marcadores nucleares (ao menos 6), ribossomais (1) e mitocondriais (2), quatro deles anteriormente utilizados por Cassimiro (2010) em análise da filogenia de Gymnodactylus e em estudo de caráter filogeográfico da espécie G. amarali em Domingos et al. (2014). A metodologia de extração, amplificação e sequenciamento das amostras encontra-se descrita em diversos trabalhos e pode ser vista em detalhes em Cassimiro (2010). As análises dos dados obtidos a partir do sequenciamento das amostras seguirão aquelas utilizadas em Domingos et al. (2014). A proporção de indivíduos híbridos será calculada por métodos baseados em genótipos individuais de múltiplos marcadores, por algoritmos e testes implementados nos programas STRUCTURE (Pritchard et al. 2000) e NewHybrids (Anderson e Thompson 2002).Esta proposta, uma extensão natural dos objetivos do projeto temático ao qual está vinculado, irá focar em mecanismos e processos evolutivos de maneira a integrar os vários temas estudados em meu laboratório: história natural, filogenia, filogeografia, biogeografia, ecofisiologia, morfologia e sistemática.

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