Resumo
O envenenamento humano por escorpiões é um grave problema enfrentado pelos profissionais de saúde nos atendimentos de emergência e unidades de terapia intensiva em todo o mundo. Nosso grupo, com grande experiência na área, já demonstrou que macrófagos peritoneais de linhagem J774.1, estimulados com a peçonha de T. serrulatus (TsV) e suas toxinas Ts1, Ts2 ou Ts6, produzem óxido nítrico (NO), interleucina (IL)-6 e fator de necrose tumoral (TNF)-±. Além disso, nós também demonstramos que as toxinas Ts2 e Ts6 da peçonha do escorpião TsV, quando inoculadas na cavidade peritoneal de camundongos, induzem intensa resposta inflamatória com liberação de IL-6, TNF-±, prostaglandina (PG)E2, leucotrieno (LT)B4, IL-1² e recrutamento de neutrófilos. Dados da literatura demonstraram, em humano, que após o envenenamento por escorpiões ocorre aumento de níveis séricos de IL-1±, IL-6, IFN-³ e GM-CSF, e que os pacientes desenvolvem choque grave e edema pulmonar. Além de estudos com TsV e suas toxinas, nosso grupo demonstrou que a administração intranasal de hialuronidase, em camundongos, diminui a injúria pulmonar e a fibrose induzida por bleomicina. Embora aparentemente a hialuronidase contribua para a fisiopatologia do envenenamento. Diante da limitada informação sobre o papel das hialuronidases no envenenamento, e com base nos nossos resultados prévios, neste trabalho temos como hipótese que a hialuronidase regula a ativação de monócitos induzido pela peçonha de escorpião. Assim, neste projeto de iniciação científica, temos como objetivo investigar a ativação de monócito humano de linhagem induzida por TsV na ausência ou presença de hialuronidase, e determinar se esta enzima contribui para a produção de mediadores inflamatórios. Espera-se obter com esta pesquisa informações que auxiliem no tratamento de pacientes pós envenenamento.
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