Resumo
Neste projeto, analisaremos a construção se pá, no sentido condicional/hipotético. A mesma construção, além de produtiva, divertida e vista pelos jovens como cool, ela é um desafio para as gramáticas: normativa e funcional, pois pode ser categorizada de maneiras distintas: advérbio, conjunção condicional ou marcador discursivo. Como advérbio, parece ser utilizada para expressar dúvida, por exemplo, um talvez. Esse uso pode decorrer do fato de que, o falante, para não ter que escrever ou falar uma oração completa e não empregar o 'talvez', que é visto como algo formal, recorre à construção se pá para marcar um conteúdo hipotético. Já como conjunção condicional, o se pá expressa uma condição à oração principal. E, por fim, o uso como marcador discursivo, que é um mecanismo utilizado no nível do discurso para interação social. Vemos, portanto, uma vagueza na classificação categorial. Dado que a base teórica deste projeto se sustenta na teoria funcionalista, e que a construção se pá é recente e muito vista em redes sociais, lidaremos com ocorrências reais da língua portuguesa, retiradas da internet. Desse modo, coletaremos as ocorrências em blogs, Twitter, Facebook, fóruns de discussão, etc. para compor o corpus de trabalho. O objetivo deste trabalho será chegar a uma caracterização sintática, semântica e pragmática da construção "se pá" (e suas variantes) no português do Brasil. Para tanto, faremos uma análise sistematizada e quantitativa, de modo a quantificar e analisar os casos da construção como: advérbio, conjunção condicional e marcador discursivo. (AU)
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