Resumo
A previsibilidade da reabilitação oral com implantes é determinada por uma série de fatores, incluindo desde a expectativa do paciente, até quesitos de relevância técnica. Assim para o sucesso do tratamento busca-se a precisão de adaptação entre as coroas e os abutments e entre os abutments e os implantes. No entanto, a obtenção de modelos precisos está na dependência de algumas etapas clínicas e laboratoriais, indicando que o resultado final deve ser traçado mediante um cuidadoso planejamento, dentre as etapas: moldeira utilizada, qualidade dos materiais de moldagem, confecção do modelo mestre e dos modelos de trabalho, e técnica de transferência. Profissionais de saúde bucal estão constantemente expostos à fluidos orais, como sangue e saliva, e consequentemente, a uma grande variedade de microrganismos potencialmente nocivos, que podem sobreviver de minutos até semanas, extracorporeamente, elevando o risco de contração de doenças infectocontagiosas como: sífilis, gonorreia, tuberculose, difteria, sarampo, parotidite viral, rubéola, gripe, herpes, varicela, infecção por citomegalovírus, hepatite viral e síndrome da imunodeficiência humana adquirida. Protocolos de biossegurança ganham cada vez mais destaque, cuja importância vai além da proteção individual. A necessidade de evitar a contaminação cruzada ressalta uma importante etapa clínica a ser seguida, a desinfecção do molde. Contudo, as características das substâncias desinfetantes e das técnicas de desinfecção devem ser avaliadas para que não causem alteração na dimensão dos moldes, o que provocaria incorreta transferência da posição dos implantes e/ou abutments e, consequente, desajuste entre a prótese e o implante. O ácido peracético é uma substância utilizada na medicina, principalmente, em processos de desinfecção de aparelhos para Hemodiálise e Endoscopia. É reconhecido internacionalmente como um desinfetante altamente efetivo, não existindo relatos de resistência microbiana a este princípio ativo. Não obstante, ainda não é possível afirmar que este agente desinfetante, quando utilizado em moldes para confecção de próteses implanto-suportadas, não afeta a precisão do modelo final. Sendo assim, o presente estudo pretende avaliar se o ácido peracético interfere na estabilidade do molde confeccionado com polivinilsiloxano e, consequentemente, na precisão dos modelos através da análise da precisão dimensional linear, sendo estas possíveis alterações analisadas através da adaptação entre os componentes protéticos e os implantes após obtenção do modelo.
|