Resumo
Desde meados do século XVI centenas de notícias nutrem as páginas de folhetos, relações de sucesso, diários etc., material que não possuía periodicidade e que se publicava nas principais cidades e mercados, para uma clientela interessada principalmente em novidades relativas ao governo e a guerra. Entre os anos 30 e 60 do século XVII, contudo, inicia-se em diferentes países da Europa a produção das chamadas Gazetas e Mercúrios, cujo intuito é circular pelas principais cidades do continente de maneira periódica, apresentando um nome fixo, normalmente os mesmos redatores e impressores, e também contar com uma série de publicações passíveis de encadernação no decorrer de um certo período. Os papeis não-periódicos, porém, continuam a ser produzidos, muitas vezes impressos pelas mesmas pessoas que produziam as gazetas e abastecendo-as com novas manuscritas, advindas de várias partes do mundo. Ao iniciarmos nossa pesquisa, nos demos conta de que o periódico em si era apenas a conclusão, o encerramento de algo mais complexo, em que a informação poderia vir de terras distantes e ter passado por muitas mãos até transformar-se em um impresso difusor de notícias. Há por detrás dele, leis que permitem ou não sua publicação, editores que compilam dezenas de notícias impressas e manuscritas - as transcrevendo ou traduzindo, mas também adequando-as à proposta daquele periódico -, redes de informação que perpassam o continente, impressores, etc. Ainda que haja certo material disponível online, percebemos que a pesquisa nos acervos ibéricos e a consulta à bibliografia europeia serão fundamentais para nosso trabalho, trazendo uma nova dimensão ao que propomos realizar. A presente proposta visa, dessa forma, justificar a importância do estágio de pesquisa na Espanha para melhor desenvolvimento de nosso projeto de doutorado. (AU)
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