Bolsa 15/22329-0 - Literatura alemã, Tradução - BV FAPESP
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A Terra do Carnaval: manifestações do grotesco em duas utopias da Alemanha barroca

Processo: 15/22329-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de março de 2016
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2017
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras
Pesquisador responsável:Carlos Eduardo Ornelas Berriel
Beneficiário:Julia Ciasca Brandão
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Literatura alemã   Tradução
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Gênero utópico | grotesco popular | literatura barroca alemã | literatura goliardesca | narrativas de exemplum | Tradução | Literatura alemã

Resumo

No ano de 1640 foi publicada Utopia, obra homônima à de Thomas Morus composta por Jakob Bidermann, jesuíta alemão e inquisidor da Igreja Católica em Roma. O autor, membro ativo da cultura tridentina, escreveu o texto em latim com o propósito didático de ensinar exemplo e moral aos estudantes do Colégio Jesuíta da cidade de Augsburg. Em 1677, Christoph Andreas Hörl von Wattersdorf, de quem pouco se sabe, traduziu o texto do latim para o alemão e publicou-o sob o título de Bacchusia oder Fastnachtland. À exceção de algumas diferenças entre a obra original e sua tradução , o texto relata a viagem de três amigos para uma terra imaginária, onde os habitantes festejam um eterno carnaval, o caos é institucionalizado e as regras do bom comportamento estão suspensas. Os viajantes experimentam terríveis consequências por sua estada neste "mundo de cabeça para baixo" e, ao fim, descobrem que o mundo real, se baseado nas virtudes e na moral cristã - e principalmente se guiado pela Igreja Católica - torna-se um lugar muito mais verdadeiro, tranquilo e belo de se viver. A terra do carnaval é um mundo fantasioso e grotesco, em que toda e qualquer noção de ordem parece desconjuntar-se. Para Wilhelm Kayser (1957), o traço essencial e determinante nas manifestações do grotesco é o fato de não consistir em um domínio próprio e em um fantasiar totalmente livre: "O mundo do grotesco é o nosso mundo - e não o é" , e tem seu fundamento justamente na experiência de que nosso mundo, confiável e aparentemente ordenado, aliena-se sob a irrupção de poderes abismais, desarticula-se nas juntas e nas formas e se dissolve em suas ordenações. O grotesco retratado na terra do carnaval adquire relação subterrânea com a realidade e, por isso, permite a aproximação do leitor com a cultura barroca da Alemanha seiscentista . Este é o material de minha pesquisa, à qual se somará a tradução completa da Bacchusia oder Fastnachtland, do alemão para o português.

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
BRANDÃO, Julia Ciasca. Bacusia, ou o país do carnaval: o refinado riso da eutrapelia. 2017. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem Campinas, SP.