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Colonialidade e decolonialidade no Kola San Jon da Cova da Moura

Processo: 17/06590-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Vigência (Início): 10 de junho de 2017
Vigência (Término): 30 de janeiro de 2018
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:Marianna Francisca Martins Monteiro
Beneficiário:Marianna Francisca Martins Monteiro
Pesquisador Anfitrião: Paulo Jorge Pinto Raposo
Instituição Sede: Instituto de Artes (IA). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de São Paulo. São Paulo , SP, Brasil
Local de pesquisa: Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Portugal  
Assunto(s):Performance (arte)   Arte africana   Dança   Cabo Verde
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:artes afro-diaspóricas | artes periféricas | colonialidade | Dança cabo verdiana | Danças de umbigada | decolonialidade | Kola San Jon | antropologia da performance

Resumo

Se no doutorado pesquisei danças populares brasileiras no quadro da expansão dos Estados Modernos, na pesquisa aqui proposta pretendo expandir o escopo da investigação com base em novos pressupostos epistemológicos. Partirei dos estudos decoloniais para trabalhar com a hipótese de que as expressões culturais afro-diaspóricas presentes no espaço lusófono devem ser pesquisadas a partir do solo comum da colonização portuguesa, confrontando expressões populares brasileiras, cabo-verdianas, angolanas, portuguesas etc. No bojo da pesquisa estão, portanto, os conceitos de "colonialidade" e "decolonialidade", o que implicará o abandono da dimensão exclusivamente nacional para articular cultura popular e modernidade. A partir da crítica à noção eurocêntrica de progresso e racionalidade, intrínseca aos estudos decoloniais, pretendo configurar um espaço metodológico que me permita circular por diferentes expressões culturais afro-diaspóricas tanto no espaço quanto no tempo. Para isso, a ideia de "co-presença" é fundamental para questionar a validade de uma única linha evolutiva, tal como é proposta pela ciência ocidental. Os estudos decoloniais revelam epistemologias em confronto e, consequentemente, a coexistência de concepções diversificadas de tempo. Outros tempos além do linear - circulares, espiralares etc. podem ser pensados no quadro de diferentes epistemologias. Uma nova maneira de relacionar o local, o nacional e o global decorre então dessa abordagem. Em conexão com a dimensão teórica, a partir dessa revisão epistemológica, pretendo descrever uma festa, de origem cabo-verdiana, que acontece todos os anos, em um subúrbio lisboeta: trata-se do Kola San Jon, do Alto da Cova da Moura, bairro formado por imigrantes cabo-verdianos, num período posterior à independência de Cabo Verde. O Kola San Jon configura-se, portanto, como uma tradição que se reconstituiu em meio à cultura europeia, no território da ex-metrópole, graças a ação de subalternizados, oriundos de uma ex-colônia africana. Esses aspectos da tradição no Kola San Jon em Portugal e as conexões que percebi entre essa festa e uma série de tradições populares já pesquisadas por mim no Brasil, em especial os batuques de umbigada, levaram-me a conceber a presente pesquisa para exercitar uma nova maneira de pensar as culturas populares no espaço lusófono no interior de um mundo globalizado. (AU)

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