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O "Mundo Interno" e o "Mundo Externo" na constituição da "vida psíquica": Desamparo e Eros na concepção do "homem civilizado" em Freud

Processo: 17/09851-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de agosto de 2017
Vigência (Término): 30 de setembro de 2020
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Social
Pesquisador responsável:José Francisco Miguel Henriques Bairrão
Beneficiário:Carlos Eduardo Ortolani Prado de Moura
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Religiões   Cultura (sociologia)   História
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Aparato Psíquico e Realidade | cultura | História | Processos de Subjetivação | religião | sociedade | Processos Culturais e Subjetivação

Resumo

Procurar-se-á, com isso, verificar se é possível estabelecer uma ligação entre a "estruturação da vida psíquica" e a "estruturação de um tempo histórico" (cultura, "verdade histórica/subjetiva", "verdade real") para nelas inserir a figura do "homem desamparado" e mergulhado em um mundo que lhe revela a sua impossibilidade de satisfação - o pressuposto teórico desta ligação remete à existência de uma "história individual" do sujeito enquanto a repetição da história da própria humanidade. Deste modo, a organização da vida social apresentar-se-á, como se quer defender, como mediação entre as pulsões e sua relação com os objetos (sendo eles fonte de satisfação-prazer ou de frustração-desprazer), o que constituirá uma espécie de "organização pulsional" dos indivíduos aculturados. Por um lado, a vida psíquica - enquanto objeto de estudo e de análise - não se reduzirá à experiência individual (mediante herança filogenética); por outro lado, ela precisará ser compreendida na perspectiva de uma história individual (impulsos conflitantes, motivos da divisão da psique, organização do eu, motivações de índole social ou cultural, histórico de padecimento), mesmo que a singularidade do indivíduo, de um período histórico ou de uma sociedade seja dissolvida sob o ponto de vista dessa herança filogenética. Assim, a Psicanálise encontrar-se-á inserida no campo de uma teoria do social, já que passa pela "interdependência" do individual com a massa ou, em outros termos, já que ela passa pela articulação da estrutura libidinal (pulsional) com a estrutura social (representações morais): psicologia individual e psicologia social ou das massas precisam ser consideradas mais a fundo. Encontrar-se-á, por consequência, a situação do homem para além de um "indivíduo biológico" e na perspectiva de um indivíduo que se produz na dimensão de um "tempo socializado" e de um "campo de socialização da subjetividade". É, em suma, a problematização da "realidade externa" (Natureza, matéria inerte, realidade social) em Freud e a constituição de uma "realidade interior" como uma resposta às "vicissitudes da vida" - e é aqui que aparece o papel coercitivo e inibidor da Religião, da Cultura e das Instituições em e a partir do próprio antagonismo da condição humana (abandono-proteção-coerção) como uma "modalidade de se inserir na vida". Em outros termos, é o homem mergulhado em uma Natureza que lhe é hostil, interditando-lhe uma vivência (imediata e tranquila) da satisfação de suas necessidades e de suas pulsões. Eis aí a dimensão do trabalho e da vida comunitária como possibilidade de superação de seu "medo hostil" frente à hostilidade real da Natureza - afinal, prazer e proibição não se podem desarticular de forma mecânica, mas em mútua ação (entre o privado e o ser social do indivíduo). (AU)

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