Resumo
A soja é uma importante atividade econômica para o país, segunda na produção e processamento mundial, e segundo maior exportador de grão, óleo e farelo de soja. A produção prevista para 2023 é de 99,2 milhões de toneladas, o que representará um acréscimo de 21,8% em relação à produção de 2013, movimentando R$ 71,025 bilhões de reais. O sucesso da plantação de soja no Brasil, em parte é justificado pelo uso de defensivos agrícolas, que totalizou US$11,45 bilhões em 2013 contra US$9,71 bilhões em 2012, representando aumento de 18%. Diante deste cenário, o mercado brasileiro é líder no consumo de agrotóxicos, com um crescimento maior que a média mundial (176%) e volume estimado de 673 milhões de toneladas de defensivo, sem tendência de queda. No entanto, o uso exacerbado, a duração e mobilidade de agrotóxicos na Agricultura, resultam em contaminação dos sistemas hídricos, causando problemas ambientais e intoxicações. Desta forma, o presente projeto tem como objetivo o desenvolvimento de nanopartículas poliméricas contendo dois fungicidas comerciais (piraclostrobina e epoxiconazol), e um terceiro biodefensivo (eugenol) a partir da prova de conceito já desenvolvida. Na fase I deste projeto, já foram desenvolvidos proof of concept promissores, comprovando a viabilidade técnica da proposta PIPE fase I, para desenvolvimento de sistemas de liberação controlada de biodefensivo. Contudo, alguns desafios ainda precisam ser superados no desenvolvimento de sistemas como, a capacidade de encapsulação, baixa toxicidade ambiental, manutenção da atividade, ação em meio favorável (aquoso) ao crescimento de micro-organismos e alta seletividade no sítio alvo. Por meio de modificações no processo de obtenção das nanopartículas espera-se obter uma liberação sustentada destes ativos, com elevada eficiência de encapsulação, e redução da toxicidade. Atualmente no Brasil, não há comercialização de fungicidas em sistemas nanoestruturados, e principalmente de biodefensivos nanoencapsulados. Dessa forma, o presente projeto prevê o desenvolvimento propriamente dito dos sistemas nanoestruturados de defensivos agrícolas obtidos como prova de conceito na fase I PIPE, avaliando-se os diferentes parâmetros envolvidos na sua preparação, a cinética de liberação, o perfil toxicológico e estudos de eficácia. Através destas informações será possível definir o melhor nanossistema para aplicação na Agricultura, e assim, oferecer ao mercado matéria-prima inovadora, com alta tecnologia nacional e ampla aplicabilidade, sem impacto ambiental. (AU)
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