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Reconsiderando a História da Macroeconomia

Processo: 17/16099-7
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de janeiro de 2018
Vigência (Término): 30 de novembro de 2019
Área do conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Economia
Pesquisador responsável:Pedro Garcia Duarte
Beneficiário:Matthieu Marc Julien Renault
Instituição Sede: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):História do pensamento econômico
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Edmond Malinvaud | história da macroeconomia | Macroeconomia do Desequilibrio | modelos macroeconômicos | História do Pensamento Econômico

Resumo

A história típica dos desenvolvimentos em macroeconomia coloca que, nos anos 1970, Robert Lucas e os teóricos Novos Clássicos reconfiguraram a área e enterraram o consenso keynesiano que dominou a área desde os anos 1940. A implicação disto foi trazer uma visão liberal (pró mercados livres) para a área, coincidente com a busca de microfundamentos para a macroeconomia. Esta narrativa é baseada quase que exclusivamente em desenvolvimentos teóricos e, assim, ignora tanto o papel de "expertise" e a dimensão política na formulação de políticas macroeconômicas, como também da consolidação de métodos econométricos no cerne da pesquisa macroeconômica. Edmond Malinvaud exemplifica muito bem a trajetória de um economista cujas contribuições refletem as questões de "expertise", métodos econométricos e contribuições teóricas à macroeconomia do desequilíbrio. Assim, estes aspectos trazem uma perspectiva muito mais complexa dos desenvolvimentos da macroeconomia após a Segunda Guerra mundial.Para o período do pós-doutoramento dois grandes projetos serão desenvolvidos. O primeiro aborda a visão, na narrativa tradicional, de que os Novos Keynesianos suplantaram os teóricos da macroeconomia do desequilíbrio porque ofereceram uma melhor racionalização (ou, pelo menos, melhores microfundamentos) da teoria keynesiana. Há claros problemas com esta narrativa. Primeiramente, do mero ponto de vista cronológico, a macroeconomia do desequilíbrio não pode ter sido sucedida pela macroeconomia novo keynesiana porque os principais modelos da primeira foram publicados nos anos 1970, concomitantemente com vários importantes modelos da segunda. Em segundo lugar, a macroeconomia do desequilíbrio não desapareceu depois do surgimento do novo keynesianismo, mas se desenvolveu na década de 1980 com uma fase de expansão com modelos dinâmicos. Este primeiro projeto de pesquisa analisará tanto historicamente como analiticamente a natureza da relação entre a macroeconomia do desequilíbrio e a novo keynesiana.O segundo projeto de pesquisa analisará a ascensão e subsequente domínio dos modelos DSGE na macroeconomia contemporânea. Começando em meados da década de 1990, a suposta oposição irreconciliável entre os teóricos dos ciclos econômicos reais (RBC) e os novos keynesianos se arrefeceu e a macroeconomia parecia entrar numa nova era de consenso que foi chamada de "nova síntese neoclássica". Tal com a antiga síntese (da década de 1950), a nova síntese se apoia numa trégua mais do que num consenso porque a oposição entre aquelas abordagens não se resolveu e nem foi superada pela macroeconomia DSGE. Este projeto desenvolverá dois grandes pontos. Primeiramente, é crucial identificar os diferentes passos que levaram ao novo consenso, bem como os macroeconomistas que foram responsáveis pela introdução de elementos novo keynesianos em modelos dinâmicos da linhagem RBC. Em seguida, é fundamental identificar e entender historicamente os locais de "expertise" nos quais a aproximação entre aqueles dois grupos ocorreu, de modo a determinar os problemas práticos que aqueles teóricos analisaram e cuja solução foi base para a convergência dos dois grupos.

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