Resumo
O câncer de mama pode ser definido como um tumor maligno de células epiteliais que se desenvolve na mama, sendo considerado o segundo tipo de câncer mais comum no mundo, com incidência mundial estimada de aproximadamente 1,6 milhões de novos casos por ano. Dentre os fármacos empregados na terapia, destaca-se a rapamicina, tradicionalmente empregada como imunossupressor e que tem demonstrado potente atividade contra o câncer de mama, pois é capaz de inibir a via mTOR. Todavia, é um fármaco lipofílico, sofre sequestro por eritrócitos e possui instabilidade química, fatores que comprometem a biodisponibilidade. Desta forma, sua incorporação em CLN funcionalizados com ácido fólico demonstra ser uma opção interessante para viabilizar seu uso, já que estes sistemas conseguem proteger o fármaco da degradação, incorporar fármacos hidrofóbicos, aumentar o tempo de permanência da no local de ação, proporcionar ação mais lenta e sustentada. A funcionalização dos CLN com o ácido fólico possibilita a liberação do fármaco no local-alvo mediante ligação em receptores de folato que são expressos em baixa quantidade por células normais e em grande quantidade por uma variedade de células tumorais (ovário, próstata e mama), diminuindo os efeitos colaterais do tratamento. Frente ao exposto, o objetivo do presente trabalho é desenvolver e caracterizar CLN funcionalizados com ácido fólico para incorporação de rapamicina e avaliar o seu potencial no tratamento do câncer de mama. A caracterização físico-química envolverá a determinação da eficiência de encapsulação da rapamicina por método baseado em CLAE a ser validado, determinação do diâmetro hidrodinâmico médio e de polidispersidade, potencial zeta, microscopia eletrônica de transmissão, análise de calorimetria exploratória diferencial e termogravimetria. Serão conduzidos ainda estudos de liberação in vitro das formulações. A captação e localização celular dos sistemas serão avaliados por microscopia confocal e citometria de fluxo. Por fim, os carreadores serão avaliados quanto à eficácia na terapia do câncer de mama por estudos de citotoxicidade e em modelo animal. (AU)
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