Resumo
Longos períodos de treinamento físico de alto volume e/ou intensidade podem desencadear a chamada síndrome do overtraining em atletas. A perda da capacidade do organismo em se recuperar entre as sessões de treinamento, pode contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento do overtaining. Durante o processo de overtraining, a musculatura esquelética apresenta diversas anormalidades, com destaque para, danos à diversas estruturas celulares, incluindo o DNA, o aumento do estresse oxidativo e redução da capacidade oxidativa e de produção de energia, levando os atletas à queda significativa de rendimento. As Poly [ADP-ribose] polymerases (PARPs) são proteínas envolvidas especialmente no reparo do DNA. Quando ativadas em resposta ao dano gerado ao DNA, as PARPs induzem a parilação de diversas proteínas envolvidas no reparo do DNA. Contudo, a ativação das PARPs gera um consumo excessivo de NAD+, gerando diversos efeitos deletérios para as células eucarióticas, principalmente no que diz respeito à produção de energia. Estudos recentes demonstram que ininidores de PARP geram a abundância dos níveis de NAD+ induzindo potentes sinais para para as mitocôndrias, promovendo aumento da capacidade oxidativa e aumento da biogênese mitocandrial, dentre esses sinais destacam-se, a indução do "desequilíbrio mitonuclear" e a ativação da UPRmt, do inglês mitochondrial unfolded protein response. O "desequilíbrio mitonuclear" e a UPRmt são mecanismos altamente conservados entre as espécies e essenciais para reestabelecer a proteostase dentro das mitocôndrias, permitindo com que as células sobrevivam em situação de estresse. Neste cenário aventamos a hipótese de que o dano muscular gerado pelo excesso de treinamento físico poderia estimular a ativação das PARPs, reduzindo a disponibilidade de NAD+ assim como, a capacidade das células musculares responderem ao estresse por meio do "desequilíbrio mitonuclear" e da ativação da UPRmt na musculatura esquelética. Assim, o objetivo do atual projeto, será avaliar a ativação da PARP1, o "desequilíbrio mitonuclear" e a UPRmt no músculo esquelético de camundongos overtreinados.
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