Resumo
O bullying, considerado problema de saúde pública, afeta a convivência social, o desempenho escolar e as condições de saúde de crianças e adolescentes em idade escolar. Dentre os seus principais determinantes, encontram-se aspectos escolares e pessoais dos estudantes, além de outros aspectos extraescolares relacionados à família, à sociedade e à cultura. Contudo, a maioria das investigações empreendidas sobre o fenômeno desconsideram os aspectos pessoais, especialmente os neuropsicológicos, apesar de existirem evidências de que déficits nas funções executivas associam-se ao comportamento agressivo e à baixa competência social de crianças e adolescentes, características que favorecem conflitos interpessoais, situações de bullying na escola e prejudicam a saúde mental dos estudantes. Assim, o objetivo geral deste estudo é verificar se existem diferenças nas funções executivas frias (por exemplo: controle inibitório, flexibilidade cognitiva e memória de trabalho) e quentes (por exemplo: tomada de decisão emocional) de vítimas, agressores, vítimas-agressoras e não envolvidos em situações de bullying e se essas possíveis diferenças se relacionam a variações na saúde mental desses estudantes. Com abordagem quantitativa, a coleta de dados será realizada mediante a aplicação de questionários, escalas e testes em estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental de cinco escolas públicas da cidade de Franca-SP. Os dados serão analisados através de estatística descritiva e inferencial. Espera-se que os resultados ajudem a determinar as relações entre funções executivas, bullying e saúde mental, bem como possam fundamentar estratégias interventivas relacionadas a essas três variáveis, uma vez que elas não são imutáveis, podem ser alteradas por experiências de natureza social proporcionadas por intervenções.
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