Resumo
O grupo das micoses sistêmicas, que inclui a paracoccidioidomicose (PCM), criptococose e histoplasmose, entre outras, foi causa de óbito em 3.583 indivíduos entre 1996-2006 no Brasil. Destas, a PCM foi a mais importante com aproximadamente 51,2% dos casos, seguida pela histoplasmose com 4,8%, em pacientes não portadores do HIV. Ao considerar a AIDS como a causa básica de mortes e as micoses sistêmicas endêmicas como condições associadas, a histoplasmose aparece com 10,1 % e a PCM com 1,4%. A utilização de drogas antifúngicas é a melhor ferramenta atualmente disponível para o tratamento destas infecções. Entretanto, os pacientes são geralmente submetidos a longos períodos de tratamento, e recidivas e sequelas são freqüentes. Modelos vacinais desenvolvidos contra aspergilose, candidíase, criptococose, coccidioidomicose e histoplasmose foram descritos, no entanto, ainda não existe uma vacina que demonstra uma boa eficácia. Em relação a PCM, nosso grupo tem trabalhado no desenvolvimento de uma vacina peptídica (P10), originária de uma fração da glicoproteína imunodominante gp43 de Paracoccidioides brasiliensis. Contudo, uma mutação no gene da gp43 presente em Paracoccidioides lutzii inviabiliza o uso do P10 no controle da infecção por esta espécie. O presente projeto abordará a prospeção de epitopos com potencial vacinal e o desenvolvimento de estratégias na presença e naausência das principais drogas antifúngicas. Desta forma são esperados avanços na formulação de estratégia vacinal contra P lutzii, além de consolidar nosso conhecimento acerca da imunopatogenia desta micose de importância em saúde pública de nosso país.
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