Bolsa 18/19521-4 - Identidade nacional, Identidade de gênero - BV FAPESP
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Transgressões canônicas: queerizando as donzelas-guerreiras

Processo: 18/19521-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de março de 2019
Data de Término da vigência: 30 de abril de 2022
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Outras Literaturas Vernáculas
Pesquisador responsável:Mário César Lugarinho
Beneficiário:Helder Thiago Cordeiro Maia
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Identidade nacional   Identidade de gênero
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Donzela-guerreira | Estudos Pós-Coloniais | Identidade de gênero | Identidade Nacional | Teorias Queer | Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa

Resumo

As donzelas-guerreiras são um paradigma literário e histórico. A partir dos textos literários selecionados e da crítica literária, consideramos que as duas características principais das mesmas são: a ida à guerra como soldado e o travestimento que lhes garante viverem e serem reconhecidas como homens. De forma mais restrita, diremos ainda que o travestimento é provisório, apesar de longo. A partir da metodologia de Dekker e Van de Pol (2006), tomaremos a experiência do travestimento como um dispositivo de leitura. Nesse sentido, organizaremos nossa leitura a partir do tempo de duração e do significado do travestimento para as personagens. Consideramos também que a crítica literária tem feito um uso pouco crítico desse conceito, nomeando exageradamente as mulheres que fogem dos padrões normativos de feminilidade como donzelas-guerreiras, o que tem descaracterizado este paradigma. Acreditamos também que há uma simplificação da crítica na leitura dessas personagens a partir da psicanálise, o que tem reduzido e homogeneizado as diferenças através de um modelo analítico que tem sido aplicado de forma mecânica e tem se mostrado de pouca potência crítica diante das diversas expressões de gênero dessas personagens. Assim, temos dois objetivos principais: queerizar a leitura da crítica literária sobre as donzelas-guerreiras e propor um uso restrito deste paradigma, desdobrando-o em outras quatro personagens paradigmáticas: as "mulheres masculinas", as "mulheres guerreiras", as "donzelas-guerreiras" e os "travestidos guerreiros". Nessa perspectiva, queerizar significa fazer fracassar a crítica literária hegemônica naquilo que ela tem de binária e de patologizante, para fazer audível essas vidas literárias a partir do que elas têm de próprias. Além disso, a partir de Halberstam (2008), estamos interessados em analisar essas vidas a partir da ideia de que a masculinidade não está restrita aos corpos com falo. Assim, a partir de quinze textos brasileiros, angolanos, portugueses e hispânicos, que a crítica literária tem nomeado como narrativas de donzelas-guerreiras, analisaremos a qual paradigma pertencem as personagens e qual masculinidade vivenciam. Por fim, ponderamos também o lugar das personagens nas lutas coloniais e na formação das identidades e dos cânones literários nacionais.

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