Resumo
O suprimento de proteínas de origem vegetal na dieta humana é ainda escasso, e essa situação pode se tornar mais crítica à medida em que a população cresce. Mais recentemente, algumas necessidades especiais como as de celíacos, o crescimento do público de vegetarianos e veganos e a própria valorização da sustentabilidade no fornecimento de alimentos, tem impulsionado a busca e os estudos com fontes proteicas de origem vegetal, tais leguminosas e, mais recentemente, os pseudocereais. Dentre os pseudocereais, a quinoa vem atraindo atenção pela qualidade e valor nutricional de suas proteínas e, assim como os demais pseudocereais, são gluten-free. As proteínas vegetais, na sua forma natural, são caracterizadas por serem seguras, pela alta compatibilidade, pelo baixo custo e valor nutricional. No entanto, modificações em suas estruturas-propriedades-funcionalidades podem ser requeridas para adequação às necessidades tecnológicas da indústria de alimentos e demandas de mercado. A alta pressão pode ser uma interessante alternativa de modificação de proteínas vegetais, uma vez que a pressão altera a estrutura, conformação e propriedades físicas das proteínas. Inclusive, pode substituir aditivos para alterar as propriedades reológicas de sistemas de massa gluten-free (com limitações tecnológicas). Além disso, a alta pressão tem o potencial de melhoria da proteólise quando usada em combinação com hidrólise enzimática de proteínas, e de gerar hidrolisados funcionais contendo peptídeos bioativos. O objetivo do projeto é avaliar o efeito da Alta Pressão Hidrostática e da Alta Pressão Dinâmica na modificação da funcionalidade (reologia) e digestibilidade do isolado proteico de quinoa, e verificar o potencial de produção de peptídeos bioativos por hidrólise enzimática assistida pelos processos a alta pressão.
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