Resumo
A convergência de hipervirulência e resistência a carbapenêmicos e polimixinas em patógenos considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli, tem começado a ser reportada mundialmente, instaurando uma grande ameaça para o prognóstico e controle de infecções associadas à assistência a saúde (IRAS) e infecções prevalentes em Medicina Veterinária, o que constituí um problema de saúde única. No Brasil, a identificação de linhagens clonais de patógenos resistentes aos carbapenêmicos (produtores de carbapenemases KPC-2, SPM-1, NDM-1 ou VIM-2) e/ou polimixinas (mediada por mutação ou produção de MCR-1) tem adquirido um caráter endêmico. Com relação a isto, embora tenha sido demonstrado que o resistoma tem contribuído para a rápida adaptação destes patógenos em diferentes ecossistemas e hospedeiros, o papel do viruloma e a convergência de hipervirulência e resistência tem sido pouco explorado. Assim, através de uma abordagem genômica e ensaios in vitro (cultura celular) e in vivo (utilizando o modelo invertebrado de Galleria mellonella), o "fitness" e a patogenicidade de linhagens de alto risco de K. pneumoniae, E. coli e P. aeruginosa resistentes a carbapenêmicos e/ou polimixinas serão avaliados em função da presença e ausência de genes de virulência e resistência, diversidade clonal (ST/MLST) e tipo de crescimento [planctônico/séssil (biofilme)]; visando identificar o fenômeno da convergência de hipervirulência e resistência, e outros aspectos que poderiam estar contribuindo para o prognóstico desfavorável das infecções associadas. A priori, pretende-se caracterizar o viruloma completo de cepas endêmicas, e identificar biomarcadores para fins diagnósticos, manejo e prevenção de infecções consideradas urgências clínicas e epidemiológicas, tanto em Medicina humana como veterinária. (AU)
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