Resumo
Sabemos que a principal forma de controle de formigas-cortadeiras (gêneros Atta e Acromyrmex), é por meio de iscas granuladas à base de sulfluramida. Porém, este é um método que pode acarretar problemas ambientais e de saúde. O controle biológico com fungos entomopatogênicos, pode ser uma alternativa eficaz, segura e ecologicamente sustentável. Contudo, devido à dificuldade em se desenvolver um veículo eficiente de contaminação, o uso desses agentes biológicos ainda não é uma realidade. Em um experimento piloto, avaliamos a compatibilidade de encapsulados constituídos por pectina (um biopolímero) e polpa cítrica (atrativo), e observamos que os mesmos foram incorporados por operárias de Atta sexdens no jardim de fungos, não havendo rejeição, e demonstrando seu potencial de uso. Dessa maneira, buscamos desenvolver um encapsulado à base de pectina, capaz de carrear e manter viáveis metabolicamente, fungos entomopatogênicos, preservando seu potencial de contaminação. Em laboratório, serão avaliadas as concentrações de pectina e polpa cítrica, e a faixa de temperatura propícias para manter a viabilidade dos fungos selecionados. Posteriormente, serão produzidos os encapsulados em matriz de pectina contendo o atrativo e a suspensão fúngica dos diferentes isolados. O delineamento constará dos seguintes tratamentos: sem fungo entomopatogênico - controle; Beauveria bassiana; Metarhizium anisopliae; Isaria farinosa, e sulfluramida - formicida padrão a 0,3% de ingrediente ativo. Serão avaliados o transporte e a incorporação dos encapsulados, bem como a mortalidade de operárias de A. sexdens. Os resultados podem gerar subsídios para estudos futuros envolvendo o controle microbiano de formigas-cortadeiras, promovendo uma agricultura mais sustentável.
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