Resumo
Os TAC pediátricos são raros, representando 0,2% de todos os tumores infantis, uma incidência mundial de 0,3 casos por milhão de crianças por ano (ELSE; KIM; SABOLCH; RAYMOND et al., 2014), e apresentando um pico antes dos 5 anos de idade e outro após os 10 anos. Atingem mais meninas do que meninos e a taxa de sobrevida global em 5 anos após o diagnóstico fica entre 54% e 77% (MICHALKIEWICZ; SANDRINI; FIGUEIREDO; MIRANDA et al., 2004). Uma exceção ocorre na região Sul/Sudeste do Brasil, que apresenta uma incidência de 3,4 a 4,2 por milhão de crianças com menos de 15 anos (RIBEIRO; FIGUEIREDO, 2004; SANDRINI; RIBEIRO; DELACERDA, 1997), ou seja, uma incidência 10-15 vezes maior. Essa alta incidência é possivelmente relacionada a uma mutação germinativa no gene TP53, comum nessa população. O tratamento atual utilizado para esses pacientes não tem efeitos satisfatórios (BERRUTI; TERZOLO; PIA; ANGELI et al., 1998; RODRIGUEZ-GALINDO; FIGUEIREDO; ZAMBETTI; RIBEIRO, 2005; ZANCANELLA; PIANOVSKI; OLIVEIRA; FERMAN et al., 2006); e a classificação dos tumores mais utilizada até o momento é feita por estadiamento, que também não é completa na determinação do prognóstico (TUCCI; MARTINS; SUAID; COLOGNA et al., 2005). Assim, o nosso laboratório propôs um sequenciamento em larga escala de amostras de pacientes pediátricos com TAC e com outros dois tumores embrionários também, meduloblastoma e ependimoma, para melhor entender o comportamento e biologia desses tumores; que são tão pouco estudados. As análises desses dados já estão sendo realizadas por ferramentas de bioinformática pelo grupo. Muitos alvos interessantes já foram encontrados, e é necessário um suporte para a validação desses dados que estão sendo gerados, para otimizar os resultados. Somado a essas validações, um grande número de atividades laboratoriais rotineiras precisa ser realizada para dar suporte ao andamento do projeto temático em questão, como realização de técnicas de biologia molecular e preparo de reagentes, o que possibilitou a criação desse auxílio técnico. O objetivo dessa bolsa de treinamento técnico, portanto, é auxiliar nas validações dos alvos gerados a partir do RNA-seq para o TAC, além de participar da rotina laboratorial como um todo, dando suporte na manutenção de reagentes, controle de estoque, coleta e processamento de amostras e outras atividades que possam ser necessárias. (AU)
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