Bolsa 20/11208-5 - Urbanização, Territorialidade - BV FAPESP
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Quintais negros urbanos e memórias no interior paulista

Processo: 20/11208-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2021
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2023
Área de conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo
Pesquisador responsável:Joana D'Arc de Oliveira
Beneficiário:Fabiana Oliveira Palmeira
Instituição Sede: Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU). Universidade de São Paulo (USP). São Carlos , SP, Brasil
Assunto(s):Urbanização   Territorialidade   Habitação popular   Edificações   Identidade étnica   Identidade cultural   Negros
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Quintais Negros Urbanos | Territorialidades Negras

Resumo

Analisa os quintais negros urbanos no interior paulista. Atualmente, as pesquisas em torno das práticas africanas e afro-brasileiras tem ganhado cada vez mais destaque nas academias. No campo da arquitetura e urbanismo, pesquisas vêm trazendo à tona as contribuições dos povos negros à história dessas áreas no Brasil. Os levantamentos, mapeamentos, registros e análises dessas contribuições descortinam as histórias dos povos negros em solos nacionais, os quais, desde a vigência do sistema escravista, buscaram diferentes maneiras para expressar e preservar suas manifestações culturais, como os batuques nos terreiros de café e as rezas nas senzalas. No pós-abolição a conquista da liberdade motivou os deslocamentos de significativos contingentes negros rumo a outras regiões, notadamente em áreas localizadas nas franjas da cidade, loteadas por proprietários de glebas de terra, que, no interior paulista, eram em sua maioria grandes fazendeiros de café. Nessas áreas que foram urbanizadas, os lotes disponibilizados ainda que amplos eram acessíveis para as classes menos favorecidas, possibilitando que negros e negras os adquirissem para a construção de moradias e congregassem em um único lote várias edificações e gerações de membros da família. Segundo Joana Oliveira (2018), além das edificações, nesse chão de terra batida foram e ainda são desempenhadas atividades de cunho cultural, religioso e de subsistência, onde os mais velhos através da oralidade transmitem para os mais novos saberes e histórias de suas origens e resistências. Apesar das estratégias de criminalização empreendidas pelo Estado e pela sociedade civil as famílias negras mantiveram preservadas suas práticas culturais e religiosas, principalmente nesses espaços, entre elas, as danças, as canções, a capoeira e o candomblé. Ainda nos dias de hoje há o cultivo de árvores frutíferas, ervas de cura e proteção, hortaliças, alguns cereais e criação de porcos e galinhas, responsável por contribuir e, com muita frequência, garantir alimentação e sustento das famílias ali estabelecidas. Nesse sentido, tais espaços emergem como territórios negros urbanos e se constituem e integram patrimônio cultural afro-brasileiro e que portanto demandam seu mapeamento e documentação.

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