Resumo
A obesidade é definida como acúmulo excessivo de gordura que seja capaz de gerar risco à saúde, ela está intimamente relacionada com o desenvolvimento de comorbidades como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e diversos cânceres. São encontradas nestes indivíduos alterações metabólicas periféricas, como estado inflamatório crônico, hiperleptinemia, hiperglicemia, imunodepressão, hipercoagulabilidade e expressão acentuada do sistema renina angiotensina aldosterona. A COVID-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2, um betacoronavírus de RNA simples primeiramente identificado em dezembro de 2019 na China, desde então vem atingindo diversos países, sendo decretado pandemia pelo mesmo em março de 2020. Estudos demonstram que a fisiopatologia do novo vírus incluem, dentre outros fatores, a afinidade pelos receptores da enzima conversora de angiotensina 2, tempestade de citocinas e hipercoagulabilidade sistêmica. De acordo com a Federação Mundial de Obesidade "comorbidades relacionadas à obesidade parecem piorar os efeitos da COVID-19", e estudos recentes demonstram que as alterações mecânicas e principalmente metabólicas da obesidade podem contribuir para a exacerbação da doença em indivíduos obesos positivos para SARS-CoV-2. Porém, mais estudos são necessários para certificar a obesidade e suas comorbidades como fator de risco isolado para COVID-19, desta forma, nesse projeto visamos analisar a prevalência de COVID-19 em indivíduos com sobrepeso e obesidade do Hospital Universitário São Francisco de Assis (HUSF), em Bragança Paulista, SP. Esses achados permitirão avançar no conhecimento da fisiopatologia da infecção por SARS-CoV-2 nesses pacientes, permitindo um melhor direcionamento em seus cuidados.
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