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De Babilônia a Roma: trauma e memória nas narrativas da queda de Jerusalém

Processo: 21/14584-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Vigência (Início): 01 de setembro de 2022
Vigência (Término): 31 de janeiro de 2023
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História Antiga e Medieval
Pesquisador responsável:Marcelo Aparecido Rede
Beneficiário:Marcelo Aparecido Rede
Pesquisador Anfitrião: Laubry Nicolas
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Local de pesquisa: École Française de Rome, Itália  
Assunto(s):Memória cultural   Judeus   Tradição judaica   Exílio   Babilônia   Roma (Itália)
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Babilônia | Flavio Josefo | Jerusalém | memória | Roma | trauma | Antiguidade próximo-oriental e mediterrânica

Resumo

Este Projeto se interessa pelas articulações entre os vários processos de criação de memória cultural decorrentes de dois eventos percebidos como catastróficos por comunidades judaicas do antigo Oriente-Próximo e do Mediterrâneo romano: a conquista e a destruição de Jerusalém e de seu Templo, pelos babilônios em 587 a.C. e pelos romanos em 70 d.C. Grande parte das narrativas bíblicas é considerada, aqui, como uma literatura de crise em resposta às condições traumáticas experimentadas pela comunidade judaíta exilada. De igual modo, a obra do historiador judeu romanizado Flávio Josefo constitui, em grande parte, um processamento memorial que amalgama uma releitura das tradições de sua cultura original e os imperativos de sua inserção na corte imperial romana. Nesse processo, as narrativas do passado criadas por Flávio Josefo dialogam, negociam e se disputam com uma multivocalidade memorial, seja vertical (com as narrativas bíblicas), seja horizontal (com os autores greco-romanos contemporâneos, mas também com o universo visual e material de uma Roma em transformação pelo vasto empreendimento urbanístico dos imperadores flavianos). Buscando ir além da ideia de uma identidade judaica transhistórica, fundada no compartilhamento étnico ou religioso, nossa hipótese de trabalho privilegia as manifestações históricas concretas das memórias que se articulam em um contexto social, cultural e político específico. As catástrofes, enquanto fenômeno social, implicam a perda de capital material, social, cultural e simbólico, mas induzem, ao mesmo tempo, à criação de mecanismos de resposta a curto, médio e longo prazo. A adaptação e a criação de novas formas de sociabilidade, a recomposição dos modelos identitários e a produção de memórias, frequentemente expressas em narrativas sobre o passado, são algumas das principais dimensões do processo. Assim, as recentes contribuições dos estudos sobre a memória cultural e sobre o trauma servirão de lastro teórico-metodológico à abordagem proposta. Propõe-se realizar um amplo levantamento, circunstanciado e indexado, dos diversos corpora mencionados a fim de identificar e analisar as modalidades de interação entre os textos e seus contextos históricos. Centrado em Roma das décadas finais do século I d.C. e na obra de Josefo, o Projeto aqui proposto faz parte de um Programa de estudos mais amplo acerca das "Memórias e sociabilidades judaicas na Antiguidade Próximo-Oriental e Mediterrânica" e deverá ser realizado, entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, na condição de pesquisador-residente da École Française de Rome (Itália), posto para o qual minha candidatura foi aprovada em dezembro de 2021. (AU)

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