O vulcanismo do Deccan induziu mudanças no clima global durante o final do Cretáceo e início do Paleogeno

• Processo: 22/02479-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
• Vigência (Início): 28 de abril de 2022
• Vigência (Término): 27 de janeiro de 2023
• Área do conhecimento: Ciências Exatas e da Terra - Geociências - Geologia
• Pesquisador responsável: Luigi Jovane
• Beneficiário: Priyeshu Srivastava
• Supervisor: Fabio Florindo
• Instituição Sede: Instituto Oceanográfico (IO). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Local de pesquisa: Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV), Itália
• Vinculado à bolsa: 19/11364-0 - Investigando a acidificação dos oceanos durante o final do Maastrichtiano e início do Daniano a partir de seções marinhas do Brasil e da Índia: Implicações para o impacto versus o papel do vulcanismo na extinção em massa do limite do Cretáceo-Paleogeno., BP.PD
• Assunto(s): Geoquímica Vulcanismo Magnetismo Paleoclima Magmatismo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Deccan Volcanism | Environmental Magnetism | geochemistry | Mass extinction | Paleoclimate | Environmental Magnetism

Resumo

A ligação temporal entre o magmatismo de grandes províncias ígneas (LIPs) e as mudanças ambientais globais, incluindo extinções em massa, levaram a extensos estudos sobre a relação de causa e efeito entre eles. É considerado que o gás volátil liberado pelo magmatismo dos LIPs (SO2, CO2, HCl, etc.) causou amplos efeitos ambientais no curto prazo (e.g., chuva ácida, resfriamento pelo bloqueio do sol pela poeira vulcânica) e também como no longo prazo, se extendendo por centenas de milhares de anos (e.g., aquecimento associado ao CO2). Um evento LIP bem estudado é o vulcanismo das Deccan Traps (DFV) ou simplesmente "vulcanismo de Deccan", que entrou em erupção entre ~ 66,3 e 65,4 Ma e ocorreu juntamente às extinções em massa do limite Cretáceo-Paleogeno (K-Pg) em ~ 66 Ma. A extinção em massa do limite K-Pg também foi associada ao impacto do asteroide Chicxulub, geralmente defendida como o fator primário do evento de extinção. Anteriormente a ao limite K-Pg, o último evento de aquecimento ocorreu no período Maastrichtiano (LMWE), chamado de evento hipertermal Dan-C2, o qual tem sido associado as erupções do Decão. Entretanto, amplos debates ainda ocorrem sobre a origem e a extensão regional ou global deste evento hipertermal. Neste projeto, propomos estudar o efeito do Deccan LIP nas mudanças climáticas globais durante o final do período Maastrichtiano e início do período Daniano usando as seções marinhas K-Pg do Atlântico Sul (DSDP 356 e 516) e NE Himalaya. Essas seções estão atualmente sendo estudadas no projeto de pós-doutorado da FAPESP (Bolsa no País) em andamento intitulado "Investigating ocean acidification during the late Maastrichtian and early Danian from marine section of Brazil and India: Implications for impact vs. extinção em massa". Os resultados de isótopo de oxigênio estável (d18O) em amostras de carbonatos do furo DSDP 356 mostraram valores significativamente menores no início do Daniano, o que coincide com as erupções do DFV. As anomalias de Hg e Pb (marcador de vulcanismo) também foram encontradas nas primeiras amostras do Daniano do DSDP 356. Este evento de vulcanismo pode ter gerado acidificações oceânicas, dessa forma é importante ter um entendimento mais amplo sobre esses eventos hipertermais e as potenciais associações com o vulcanismo do DFV. No trabalho BEPE proposto, vamos compilar os resultados multi-proxy nas seções que estão sendo investigadas no projeto de pós-doutorado em andamento, juntamente com a geração de novos dados (magnetismo da rocha, isótopos estáveis e foraminíferos) nas amostras da seção K-Pg NE Himalaia, e em amostras selecionadas de núcleos DSDP 356 e 516, visando entender o papel do vulcanismo de Deccan nos eventos hipertermais tanto em áreas marinhas rasas (sítio proximal) quanto em oceanos profundos (sítios distais). (AU)