Uma política cômica do não-saber no teatro contemporâneo: O poder das besteiras teatrais

• Processo: 21/13778-6
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de abril de 2022
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2023
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Artes - Teatro
• Pesquisador responsável: Antônio Carlos de Araújo Silva
• Beneficiário: Artur Sartori Kon
• Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Comédia Teatro contemporâneo Teatro político
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Comédia | Estética e política | Teatro Contemporâneo | teatro político | Teatro contemporâneo

Resumo

O projeto apresentado visa investigar cinco encenações recentes, de grupos teatrais diversas partes do mundo, onde localizamos certa estratégia comum: o emprego de certa comicidade tola, mesmo ali onde se discutem as questões mais urgentes do presente, para explicitar a potência de um não-saber sobre a política, ou ainda uma política estética do não-saber. Seja enfrentando a ascensão de certa extrema-direita no Brasil dos últimos anos (Pornoteobrasil, do Tablado de Arruar) ou uma anatomia da violência na formação histórica da Colômbia (Os incontados, do Mapa Teatro), seja tematizando a pervasividade absoluta da lógica do espetáculo (Mágica de verdade, da companhia inglesa Forced Entertainment) ou a especulação imobiliária na Berlim contemporânea (Oratório, do She She Pop), ou ainda expondo relações de exploração humana e da natureza que acompanham a história da América Latina desde a colonização (Amazônia, do grupo português Mala Voadora), essas peças apostam em um riso ligado não à superioridade intelectual, ao wit ou à ironia fina, mas à tradição dos bobos, à besteira considerada mais baixa, à ignorância, inépcia e impotência. É nesse lugar inesperado, acreditamos, que se pode encontrar um teatro político renovado, à altura do nosso tempo.