Envolvimento do córtex pré-frontal medial (mPFC) no efeito rápido e sustentado do canabidiol: possível envolvimento da modulação endocanabinóide no sistema GABAérgico cortical

• Processo: 22/11728-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
• Vigência (Início): 01 de dezembro de 2022
• Vigência (Término): 31 de julho de 2023
• Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Farmacologia - Neuropsicofarmacologia
• Pesquisador responsável: Francisco Silveira Guimaraes
• Beneficiário: Lívea Dornela Godoy
• Supervisor: Gregers Wegener
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
• Local de pesquisa: Aarhus University, Dinamarca
• Vinculado à bolsa: 22/00197-8 - Participação do córtex pré-frontal medial (CPFm) no efeito rápido e sustentado de drogas em modelo de depressão resistente a antidepressivos convencionais: possível envolvimento da modulação endocanabinoide sobre o sistema glutamatérgico cortical, BP.PD
• Assunto(s): Canabidiol Depressão Endocanabinoides Estresse Córtex pré-frontal
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Canabidiol | depressão | Endocanabinóides | estresse | pré-frontal | neurotransmissores atípicos no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos

Resumo

Mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pelo transtorno depressivo maior (DM), o que o torna uma das doenças mentais mais prevalentes. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, 2017). O Brasil é um país com a maior incidência de ansiedade e depressão no mundo e a DM será a segunda maior causa de incapacidade no mundo. Apesar de muitos avanços na compreensão da neurobiologia e tratamento da depressão, os tratamentos atualmente disponíveis ainda enfrentam muitas limitações importantes: 1. cerca de 30% dos pacientes não respondem aos antidepressivos atualmente aprovados; 2 a maioria dos pacientes responde apenas parcialmente ao tratamento, permanecendo assim com muitos sintomas residuais; 3.a resposta terapêutica é observada somente após semanas de tratamento contínuo. O canabidiol (CBD), um fitocanabinóide não psicotomimético, mostrou efeitos semelhantes aos antidepressivos rápidos e sustentados. Promove seus efeitos pela plasticidade estrutural e molecular no CPFm e também pela possível regulação da função das células gabaérgicas. No entanto, essa hipótese não foi testada diretamente e, em relação ao efeito antidepressivo do CBD, não se sabe: a) efeitos do CBD na ativação de interneurônios GABAérgicos no CPFm de animais expostos a um modelo de estresse de depressão; b) se os efeitos do CBD estão relacionados a uma regulação indireta de endocanabinóides no CPF; c) quais são os principais alvos moleculares no mPFC envolvidos nos efeitos antidepressivos do CBD. Portanto, nosso objetivo é investigar o envolvimento do mPFC nos efeitos antidepressivos do CBD e caracterizar seus alvos moleculares. Isso será investigado por meio de 2 subprojetos: 1. Testar os efeitos do CBD no modelo de Social Defeat Stress (SDS), em comparação com ketamina e fluoxetina, e como estes afetam a ativação de neurônios gabaérgicos e glutamatérgicos no CPFm; 2. Investigar se a modulação quimiogênica dos interneurônios mPFC interfere nos efeitos do CBD, tanto no comportamento quanto através de análises moleculares (WB, qPCR) e neuroquímicas (imuno-histoquímica, HPLC). Os resultados podem contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos nas propriedades antidepressivas do CBD, bem como na disfunção do mPFC na neurobiologia da depressão. (AU)