Materialismo e reificação de gênero: uma interpretação butleriana da reprodução social

• Processo: 22/00468-1
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2022
• Situação: Interrompido
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Filosofia - Ética
• Pesquisador responsável: Monique Hulshof
• Beneficiário: Julia Secaf Bistane
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Bolsa(s) vinculada(s): 24/14729-7 - A dimensão material da critica da ideologia de gênero em Judith Butler, BE.EP.DR
• Assunto(s): Materialismo Performatividade
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Judith Butler | Materialismo | Performatividade | reificação | reprodução social | Teoria Feminista

Resumo

O presente projeto de pesquisa visa sustentar a hipótese de que o conceito de performatividade desenvolvido nos primeiros trabalhos de Judith Butler traz contribuições importantes para o debate feminista marxista contemporâneo, uma vez que permite entender a identidade de gênero como reificação das relações sociais em suas diferentes modalidades. Trata-se de mostrar, em primeiro lugar, como autoras da teoria da reprodução social, como Cinzia Arruzza e Tithi Bhattacharya, estão reformulando a compreensão do sistema capitalista de modo a integrar a dimensão da reprodução social em sua totalidade. Ao fazer isso, essas autoras incluíram a produção e reprodução da vida como um fator fundamental nessa teorização, abrindo espaço para se pensar os modos de subjetivação, incluindo a subjetivação de gênero. Em segundo lugar, trata-se de mostrar como, recuperando seu debate com Nancy Fraser nos anos 1990, Butler já estava articulando gênero e sexualidade à reprodução social, ao questionar a separação entre economia e cultura. Nesse sentido, é importante recuperar o sentido que a materialização das normas assume em seu trabalho para se pensar o modo dessa articulação. Por fim, o gênero como reificação é retomado a partir da leitura que faz Cinzia Arruzza, dando centralidade para a noção de temporalidade no pensamento de Butler, de forma a apontar para as possíveis implicações radicais de uma análise da construção de gênero e da regulação sexual para a se pensar a reprodução social.