Bolsa 22/16280-1 - Ideologia política, América Latina - BV FAPESP
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A Espada, A Cruz e O Condor: o anticomunismo e a extrema-direita na América Latina (1954-1984)

Processo: 22/16280-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2023
Data de Término da vigência: 31 de março de 2024
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Ciência Política - Teoria Política
Pesquisador responsável:André Kaysel Velasco e Cruz
Beneficiário:André Kaysel Velasco e Cruz
Pesquisador Anfitrião: Dylan John Riley
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: University of California, Berkeley (UC Berkeley), Estados Unidos  
Assunto(s):Ideologia política   América Latina   Anticomunismo   Nação   Tradução
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:América Latina | Anticomunismo | Circulação das ideias | Nação | Tradução | História do Pensamento Político Latino-Americano

Resumo

este projeto aborda os processos de circulação e tradução do discurso anticomunista na América Latina, com foco na rede de extrema-direita propiciada pela Confederação Anticomunista Latino-americana (CAL), capítulo regional da World Anticommunist League (WACL), entidade de âmbito global, fundada em Taipé (Taiwan) em 1967. Criada na cidade do México, em 1972, a CAL realizou 4 congressos públicos, além de reuniões secretas, até 1980, sendo formalmente desligada da WACL em 1984. Contudo, os antecedentes dessa organização datam, pelo menos, desde 1954, quando foi realizado o 1º. Congresso Anticomunista Latino-americano, também na capital mexicana, sendo que alguns dos personagens e organizações que estiveram implicados nessa iniciativa pioneira participaram, anos mais tarde, da criação da CAL. Meu objetivo é compreender as peculiaridades da recepção e tradução do anticomunismo pela extrema-direita latino-americana, em especial em seu vínculo com a questão nacional. Parto da hipótese, apoiada na ampla literatura já existente sobre o tema, de que o anticomunismo não foi uma mera importação do discurso estadunidense da Guerra Fria, enraizando-se nas tradições políticas e intelectuais das direitas latino-americanas, além de envolver fontes e conexões internacionais para além dos EUA, com importantes laços com a Europa e a Ásia. Mais do que isso, o anticomunismo teria desempenhado o papel de "ponto de articulação" ou de "condensação" do discurso ideológico que conferiu unidade ao campo das direitas radicais no continente, unificando católicos integristas, nacionalistas organicistas e, em menor medida, neoliberais, em torno de visões hierárquicas e excludentes da nação. Por fim, esta constelação ideológica, por meio da gramática da oposição "Leste/Oeste", típica da Guerra Fria, produziu uma concepção própria do "Ocidente", distinta das concepções liberal-democráticas do campo ocidental, frequentemente acusando as últimas de serem cúmplices do inimigo comunista. Minha base empírica será constituída pelo acervo da CAL e da WACL, arquivado no Centro de Documentación y Archivo Para La Defensa de Los Derechos Humanos (CDYA), localizado no Museo de la Justicia, em Assunção (Paraguai). Por ter funcionado como "arquivo" da chamada "Operação Condor" - coordenação dos aparatos repressivos e forças paramilitares das ditaduras sul-americanas na década de 1970 -, a polícia política da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) reúne um precioso acervo documental das redes da extrema-direita regional, agora disponíveis ao público e em grande medida digitalizados. Com essa pesquisa, pretendo contribuir para entender o enraizamento e persistência histórica do anticomunismo como denominador comum das direitas latino-americanas e como obstáculo ideológico ao aprofundamento da democracia na região. (AU)

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