Prática da doação de sangue de homens que fazem sexo com homens e percepção de acessibilidade nos bancos de sangue após a flexibilização das políticas de diferimento no Brasil e em Portugal: estudo transnacional

• Processo: 23/08187-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2023
• Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2024
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Saúde Coletiva - Saúde Pública
• Pesquisador responsável: Edson Zangiacomi Martinez
• Beneficiário: Miriane Lucindo Zucoloto
• Supervisor: Inês Santos Estevinho Fronteira
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Universidade Nova de Lisboa, Portugal
• Vinculado à bolsa: 20/02187-4 - Atitude e prática da doação de sangue por homens que fazem sexo com homens e os efeitos da flexibilização das restrições devido à pandemia de Covid-19 no risco transfusional, BP.PD
• Assunto(s): Acessibilidade Populações vulneráveis Promoção da saúde Homossexualidade masculina Transfusão de sangue
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Acessibilidade | Doação de sangue | Homens que fazem sexo com homens | Populações vulneráveis | promoção da saúde | Segurança transfusional | Saúde Pública

Resumo

As normativas brasileiras em vigor até abril de 2020 em relação à doação de sangue por homens que fazem sexo com homens (HSH) estavam vigentes desde 2004 e consideravam que os HSH fossem classificados como inaptos para a doação temporariamente por um período de 12 meses após a última relação sexual considerada de risco. Essa restrição foi derrubada em maio de 2020, motivada por fortes pressões devido à queda no número de doações pela pandemia de COVID-19, e pela evolução dos estudos envolvendo novas terapias de controle da epidemia por meio de transfusão de plasma sanguíneo. Em Portugal, a partir de 2021 a orientação sexual também deixou ser um critério de exclusão para a doação segundo as novas regras da Direção Geral de Saúde Portuguesa, depois de ter sido criado um grupo de trabalho para rever a norma sobre dádiva de sangue e critérios de inclusão e exclusão de dadores por comportamento sexual. Objetivo: Após a flexibilização das normativas, nenhum estudo até o momento se propôs a avaliar a prática da doação por HSH nem no Brasil, nem em Portugal, lacuna que a presente proposta pretende preencher. Como um segundo objetivo, pretende-se avaliar a percepção de acessibilidade da população de HSH à doação em ambos os países, considerando-se aspectos geográficos, econômicos, culturais e funcionais. Além disso, pretende-se fazer uma comparação dos achados nos dois países por meio de um estudo transnacional. Métodos: Trata-se de um estudo transversal considerando as populações brasileira e portuguesa de HSH com amostragem não probabilística obtida por meio do método bola de neve / Web-Respondent Driven sampling (Web-RDS). Os procedimentos para a condução do estudo ocorrerão em cinco momentos: a) desenvolvimento do questionário online em duas versões (Português do Brasil e Português de Portugal; b) mapeamento de organizações parceiras; c) contato e consolidação das parcerias; d) seleção das sementes; e) coleta de dados. Os questionários serão aplicados via internet sendo administrados utilizando-se a ferramenta de captura eletrônica de dados REDCap. O questionário online será composto por uma série de questões divididas em seções como dados sociodemográficos, questionário de prática da doação de sangue, questionário de percepção de acessibilidade e questionário sobre o desconforto em responder perguntas adicionais sobre comportamentos sexuais na entrevista de triagem nos bancos de sangue. Associações entre as variáveis que caracterizam a prática da doação de sangue entre HSH após o fim das políticas de diferimento dessa população, a percepção de acessibilidade dos bancos de sangue e postos de coleta, e características sociodemográficas dos participantes, serão mensuradas por coeficientes de Cramér ou outras medidas de tamanho de efeito. Modelos adequados de regressão serão utilizados para avaliar estas associações de acordo com possíveis variáveis de confusão (como idade e escolaridade) e para comparar os achados de ambos os estudos (Brasil x Portugal). (AU)