Bolsa 23/17783-0 - Arenavirus, Mata Atlântica - BV FAPESP
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Análise epidemiológica, evolucionária e ecológica do risco de eventos de spillover de vírus de morcegos habitantes da Floresta Atlântica

Processo: 23/17783-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Jovens Pesquisadores
Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2023
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2025
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Microbiologia
Acordo de Cooperação: Plataforma Científica Pasteur - USP
Pesquisador responsável:Luiz Gustavo Bentim Góes
Beneficiário:Luiz Gustavo Bentim Góes
Instituição Sede: Institut Pasteur de São Paulo (IPSP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:22/13054-0 - Análise epidemiológica, evolucionária e ecológica do risco de eventos de spillover de vírus de morcegos habitantes da Floresta Atlântica, AP.JP
Assunto(s):Arenavirus   Mata Atlântica   Coronavirus   Hantavirus   Paramyxovirus
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Arenavirus | Atlantic Forest | bats | Coronavirus | emergent viruses | Hantavirus | Onehealth | Paramyxovirus | Pseudovirus VSV | Virology-OneHealth/Biodiversity, microbiome and pathogen discovery

Resumo

As doenças infecciosas emergentes representam uma ameaça para a saúde pública mundial. A emergência e propagação da SARS-CoV-2 na população humana, com provável origem de vírus de morcegos, evoluindo para uma Pandemia que causou milhares de mortes em todo o mundo, demonstra claramente a importância dos agentes etiológicos presentes nestes mamíferos. O surgimento de doenças zoonóticas emergentes vem sofrendo aparente aceleração nas últimas décadas, provavelmente como consequência de ações antropogénicas. A Floresta Atlântica (FA) é classificada como um "hot spot" para o surgimento de doenças infecciosas emergentes devido ao elevado nível de biodiversidade, habitat de 117 espécies de morcegos, e também a intensa pressão antropogénica que este bioma vem sofrendo. Detendo os maiores centros urbanos da América do Sul e albergando a maior percentagem da população brasileira (125 mi), a FA é também considerada uma das terras com maior produtividade agrícola do Brasil, tornando os potenciais hospedeiros zoonóticos deste bioma alvos essenciais para a vigilância viral. Dados recentes obtidos dos nossos estudos indicam a presença de diferentes grupos virais relacionados com vírus emergentes em morcegos habitantes da Floresta Atlântica, incluindo Betacoronavírus, Hantavírus, Arenavírus, Vírus Influenza, e Paramixovírus, cuja eco-epidemiologia, diversidade genética, e potencial zoonótico são ainda pouco conhecidos. Para aprofundar o conhecimento sobre a diversidade e a possibilidade do surgimento de vírus emergentes deste bioma, propomos a realização de uma vigilância genómica ativa em morcegos de florestas intactas, zonas urbanas, peri-urbanas e rurais presentes na FA, seguida da eco-epidemiologia, evolução, seroprevalência e avaliação do tropismo celular de vírus encontrados em morcegos habitantes deste bioma, tornando possível a realização de uma análise do potencial de riscos do surgimento de doenças infecciosas emergentes originados de morcegos. Para tanto propomos a obtençao de amostras de morcegos, incluíndo animais da região Metropolitana de Sao Paulo, englobando tanto áreas florestais quanto urbanas, assim como animais habitantes de zonas rurais do Noroeste do estado de São Paulo, local caracterizado pela intensa produção agropecuária. Propomos a obtençao de amostras em um estudo de vigilância ativa baseado na captura e coleta de amostras de sangue e swab oral/rectal de morcegos. O RNA total das diferentes amostras de morcegos, incluíndo também tecidos serão extraídos submetidos a diferentes ensaios de RT-PCR com alvo em diferentes grupos virais tais como Coronavírus, Hantavírus, Arenavírus, e Paramixovírus. Os dados filogenéticos preliminares obtidos indicarão as amostras positivas a serem expostas à sequênciamento de nova geração para obtenção de genomas virais, assim como de quais amostras serao utilizadas para tentativas isolamento viral em linhas celulares convencionais como células Vero, BHK, e Caco. Outros testes de tropismo em células humanas e de mamíferos devem também ser realizadas para avaliação do potencial de infecção de outros hospedeiros. Com intuito de aumentar a chance de isolamento de linhagens virais específicas de interesse, cultura celulares primárias serao obtidas de nossos colaboradores ou produzidos em nosso laboratório. EM caso de insucesso de isolamento viral de vírus de interesse buscaremos produzir pseudovírus de VSV contendo a glicoproteína viral responsável pelo reconhecimento do receptor celular a serem usados tanto para ensaios de seroprevalência quanto de análise de tropismo. Os dados gerados a partir deste estudo aprofundarão a compreensão eco-epidemiológica dos potenciais agentes virais emergentes de morcegos em áreas com alta densidade populacional, desflorestação intensa por invasão humana, e atividade agrícola de morcegos habitantes da Floresta Atlântica, áreas de potencial teórico mais significativo para eventos de transmissão viral entre estas espécies de mamíferos e humanos.

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