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Ditadura do politicamente correto: a retórica da nova direita no YouTube brasileiro

Processo: 24/00155-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2024
Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2025
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Ciência Política - Comportamento Político
Pesquisador responsável:Rúrion Soares Melo
Beneficiário:Caio de Vasconcelos Durazzo
Instituição Sede: Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:19/22387-0 - Crises da democracia: teoria crítica e diagnóstico do tempo presente, AP.TEM
Assunto(s):Esfera pública   Mídias sociais
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Contrapúblicos | Esfera Pública | Mídias sociais | Nova direita | Politicamente correto | Nova direita e Mídias sociais

Resumo

As mídias sociais são um meio comunicacional muito influente nos principais fenômenos políticos da atualidade, por exemplo, na ascensão da nova direita no Brasil (Rocha, 2021). No entanto, o YouTube, a maior plataforma de consumo de vídeos online do país, carece de atenção em estudos que tratam as mídias sociais como importantes nosfenômenos políticos contemporâneos (Reis; Zanetti; Frizzera, 2019). Essa plataforma deve serconsiderada pelos pesquisadores porque possui uma particularidade em relação às outras mídias sociais, através do seu sistema de recomendação de vídeos o YouTube se tornou um ambiente de fácil disseminação de conteúdo conservador e reacionário, como debates contra noções de justiça social e direitos humanos (Reis; Zanetti; Frizzera, 2019). Esse tipo de conteúdo, a partir do conceito de esfera pública de Habermas e asconstruções pós-habermasianas sobre contrapúblicos, foi chamado de "contrapublicidade de direita" (Medeiros, 2022). O conceito trata de um estilo retórico que visa romper com asnormas vigentes de decoro do discurso público com hostilidade, ofensas e agressões (Medeiros, 2022). Com essa estratégia discursiva, os contrapúblicos de nova direita produzem significantes vazios ou categorias nativas, por exemplo, o "politicamente correto", como parte de um processo de deslegitimação dos avanços e direitos sociais, políticos e culturais conquistados na Constituição brasileira de 1988, que levou ao "pacto de 88" ou esfera pública pós-burguesa (Medeiros, 2022). O termo "politicamente correto" foi originado nos EUA e associado ao espectro político da esquerda liberal do país (Júnior, 2017). E, por se tratar de um termo nativo, é quase sempre utilizado para ofender adversários (Júnior, 2017). A direita política, então, por meio do termo, ataca políticas públicas e posições normativas de esquerda (Júnior, 2017). As lideranças conservadoras tratam o "politicamente correto" como um plano do progressismo para dominar a população através das instituições culturais (Ortellado; Moretto, 2022). Esse ressentimento por parte dos conservadores para com o "politicamente correto" é também intensificado pelas mídias sociais por conta do colapso dos contextos (Ortellado; Moretto, 2022). No Brasil, o "politicamente correto" é caracterizado muitas vezes como a imposição de valores e padrões culturais, de forma autoritária, por um Estado comandado pela ideologia esquerdista do Partido dos Trabalhadores (Júnior, 2017). Portanto, para compreender os aspectos da contrapublicidade de direita nas mídias sociais, o objetivo da pesquisa é investigar as características do debate sobre o "politicamente correto" à luz do discurso dos contrapúblicos de nova direita no YouTube brasileiro. Para isso, serão utilizados os vídeos que tratam do "politicamente correto" no canal "Os Pingos nos Is", o canal da extrema-direita brasileira com mais visualizações no YouTube (Dip et al., 2022). Logo, planeja-se extrair dados quantitativos via ferramenta YouTube Data Tools (Rieder, 2015); extrair o conteúdo falado através da ferramenta Google2SRT e realizar uma análise deconteúdo categorial (Sampaio; Lycarião, 2021).

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