Estéticas mbya da (r)existência: relações entre cinema, xamanismo e gênero

• Processo: 24/03725-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
• Vigência (Início): 01 de setembro de 2024
• Vigência (Término): 31 de agosto de 2025
• Área do conhecimento: Ciências Humanas - Antropologia - Etnologia Indígena
• Pesquisador responsável: Renato Sztutman
• Beneficiário: Aline de Oliveira Aranha
• Supervisor: Montserrat Ventura Oller
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Local de pesquisa: Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Espanha
• Vinculado à bolsa: 22/01250-0 - Estéticas mbya da (r)existência: relações entre cinema, xamanismo e gênero, BP.DR
• Assunto(s): Guarani Mbya Xamanismo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: cinema guarani | diplomacia cosmopolítica | Etnologia Guarani | Guarani Mbyá | mulheres guarani | xamanismo | Etnologia Guarani

Resumo

O interesse em realizar um estágio de pesquisa na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) reside na possibilidade de aprofundar o marco teórico e ampliar os aspectos conceituais para o desenvolvimento da minha pesquisa de Doutorado, com a organização da redação da tese por meio da revisão da produção bibliográfica especializada e dos dados etnográficos obtidos no trabalho de campo, sob a supervisão da Profa. Dra. Montserrat Ventura i Oller, especialista em Etnologia Ameríndia, particularmente na temática do xamanismo e da liderança indígena na atualidade. A intenção aqui é pensar a relação das mulheres Mbya com o xamanismo a partir do cinema guarani, examinando e descrevendo sua importância e seu papel nesse contexto atual de produção e circulação de filmes realizados por coletivos cinematográficos Mbya-Guarani situados entre as fronteiras do Brasil e da Argentina, e com especial atenção à atuação e às perspectivas das mulheres guarani (kunhãgue) e seus modos próprios de ser, agir e se comportar (kunhãgue reko). A pesquisa, portanto, se propõe, oferecer uma análise crítica das relações entre cinema guarani, xamanismo e gênero. O cinema é tomado aqui como uma via de acesso ao xamanismo guarani e toda sua diplomacia cosmopolítica, o que inclui as relações entre gêneros, contribuindo para o debate sobre o lugar e importância das mulheres indígenas nesses espaços. Pois, se o xamanismo é o meio por excelência de resistência mbya contra o Estado, o cinema guarani, enquanto um meio eficaz de se fazer ver e ouvir para fora das aldeias na luta por direitos territoriais e sociais, poderia ser pensado como uma estratégica xamânica renovada de resistência e expressão de sua ética e estética cosmopolítica, capaz de oferecer em sua crítica xamânica dos modos de ver, ouvir e viver não-indígenas (jurua reko), uma alternativa possível à política do mundo jurua, inspirando outros modos de (r)existir. O cinema guarani, seus e suas realizadores(as) e coletivos constituem neste projeto, espaços privilegiados para apreensão e tradução dessa estética da ação cosmopolítica Mbya.