Avaliação ecotoxicológica de inibidores de corrosão nanotecnológicos sobre organismos bentônicos.

• Processo: 24/08793-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia
• Pesquisador responsável: Denis Moledo de Souza Abessa
• Beneficiário: Vitória Nogueira Soares
• Instituição Sede: Instituto de Biociências (IB-CLP). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus Experimental do Litoral Paulista. São Vicente , SP, Brasil
• Assunto(s): Ecotoxicologia Sedimentos Toxicidade
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: anticorrosivo | ecotoxicologia | Nanomaterial | sedimento | Toxicidade | Ecotoxicologia

Resumo

A corrosão é um processo natural que resulta na degradação gradativa de superfícies metálicas devido à sua reação com o ambiente circundante. O ambiente marinho possui características propícias para a progressão desse processo, tornando a corrosão marinha um dos maiores desafios da atualidade, tanto em questões econômicas como ambientais, e demandando estratégias para seu controle. Os inibidores de corrosão (IC) consistem em substâncias químicas usadas em revestimentos de proteção em navios, tubulações e equipamentos de elevado custo industrial visando mitigar os impactos causados pela corrosão. O 2-mercaptobenzotiazol (2-MBT) está entre os IC mais utilizados atualmente, enquanto o nitrito é uma biomolécula com propriedades anticorrosivas promissora e considerada menos tóxica para o ambiente do que outros IC. Os sedimentos marinhos são o destino final e principal da maioria dos contaminantes lançados nos corpos d'água costeiros, o que inclui os IC, mas os impactos sobre organismos bentônicos são pouco estudados. Para reduzir o potencial ecotoxicológico dos IC nos organismos aquáticos, foi proposto o aprisionamento dos IC em nanomateriais (NM), como os hidróxidos duplos lamelares (layered double hydroxydes - LDH), que surge como uma alternativa promissora. O objetivo desta pesquisa é avaliar se a imobilização de dois compostos usados como IC, o 2-MBT e o nitrito (NO2) em hidróxidos duplos lamelares será eficaz em reduzir a toxicidade dos compostos livres sobre microcustáceos bentônicos, considerando a taxa de reprodução do copépodo Nitokra sp. e a mortalidade do tanaidáceo Monokalliapseudes schubarti e do anfípode Tiburonella viscana. Ensaios ecotoxicológicos serão executados de modo a estimar a toxicidade do MBT e do NO2 nas formas livres assim como as respectivas formas nanoestruturadas, MgAl-LDH-MBT, e MgAl-LDH-NO2, além do nanomaterial vazio (MgAl-LDH). O sedimento será contaminado com os compostos seguindo o método proposto pela USEPA e os ensaios ecotoxicológicos seguirão os modelos propostos na literatura para cada espécie. Serão realizados testes preliminares para a determinação das faixas de concentração que causam efeito sobre as espécies testadas, e em seguida os testes "definitivos". Os dados obtidos serão inicialmente verificados quanto à normalidade, pelo teste de Shapiro-Wilk, e homodasticidade, pelo teste de Levene. A concentração letal a 50% dos organismos (CL50-10d) para T. viscana e M. schubartii será calculada pelo método Trimmed-Spearman-Karber ou pelo método dos Probitos. Os dados serão também submetidos à análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo Teste de Dunnett, para comparar as mortalidades em cada concentração com os controles, visando estimar as concentrações de efeito não observado (CENO) e as concentrações de efeito observado (CEO). Já no teste com Nitokra sp., será realizada análise de variância ANOVA seguida pelo teste de Dunnet, e a concentração de efeito a 50% dos organismos (CE50-7d) será calculada pelo método dos probitos. Os resultados desses experimentos serão utilizados, dentro de um projeto maior, para avaliar os potenciais impactos ambientais desses novos nanomateriais inovadores, antes de sua introdução no mercado.