Bolsa 24/10716-8 - Exílio, Literatura contemporânea - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree

A língua hemorrágica: exofonia, constituição subjetiva e exílio na literatura contemporânea

Processo: 24/10716-8
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2025
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2026
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Literatura Comparada
Pesquisador responsável:Márcio Orlando Seligmann-Silva
Beneficiário:Ana Carolina de Carvalho Mesquita
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Exílio   Literatura contemporânea   Migrações
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:constituição subjetivo-identitária | double bind tradutório | Exílio | exofonia | literatura contemporânea | migrações | Teoria Literária e Literatura Comparada

Resumo

Esta pesquisa busca examinar as implicações, na literatura contemporânea, do fenômeno da exofonia - a escolha de escrever em outra língua que não a materna. Na primeira parte, pretende analisar como a ascensão do paradigma monolíngue no século XVIII, atrelado à concepção de Estado-nação e literatura nacional, se enfraquece a partir do século XX devido especialmente aos processos decoloniais e de globalização, que problematizam a ligação entre língua, território e identidade. Na segunda discute, à luz de Walter Benjamin, Jacques Derrida e Jacques Lacan, como a adoção voluntária de uma língua outra pode originar poéticas nas quais o paradigma monolíngue é confrontado por não oferecer suporte para questões de (re)constituição subjetiva e identidade, com frequência ligadas a trauma e exílio. Para tanto, se valerá de três autores de distintos percursos exofônicos - Yiyun Li, Ailton Krenak e Gloria Anzaldúa - para investigar a existência de um double bind benjaminiano (necessidade e impossibilidade) na escrita em outra língua e discutir algumas das maneiras como ele se manifesta. É nosso pressuposto que os processos translacionais típicos da literatura exofônica, tanto autotradutórios quanto via mecanismos de apropriação e deslocamento, suscitam questões de outridade e estranhamento. Por conseguinte, operam mudanças na língua que escolhem adotar, e, assim, no sistema literário no qual por meio desta os autores se inserem, contribuindo para problematizar as noções consolidadas do que vem a constituir uma literatura nacional. Tal se verifica com maior intensidade a partir da relativização da língua como elemento unificador entre nação e território, ou como um dos elementos determinantes no processo de identificação subjetiva. De um lado, isso suscita questionamentos sobre língua materna e pertencimento identitário, e de outro, paradigmas transculturais para a literatura. Consideramos que esse estudo se torna premente em tempos nos quais os fluxos migratórios se intensificam globalmente.

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre a bolsa:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)